Alvo de tentativa de resgate que matou policial em Caxias do Sul é procurado pela polícia
Redação
Na madrugada desta segunda-feira (7), em Caxias do Sul, um servidor penitenciário foi morto pelo preso Guilherme Fernando Mendonça Huf, de 29 anos. A fatalidade ocorreu durante tentativa de resgate do criminoso. Na ação, outro agente e funcionários da UPA Zona Norte em Caxias do Sul ficaram feridos.
Guilherme havia sido preso em flagrante em 17 de janeiro no Vale do Taquari com um carregamento de 841 quilos de maconha, o qual estava sendo descarregado de uma carreta bitrem no estacionamento de um minimercado na BR-386, em Pouso Novo. O carregamento vinha do Mato Grosso do Sul e passou pela fronteira do Paraguai.
No momento da prisão, o motorista do caminhão estava passando 31 fardos de maconha para cinco indivíduos que colocavam os pacotes dentro de cinco veículos. Além de Huf, mais quatro homens foram presos e um sexto conseguiu fugir.
Devido ao flagrante, o grupo responde a processo por tráfico internacional de drogas e todos estavam presos na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, no distrito de Apanhador, por decisão da Justiça Federal.
Guilherme é natural de Lajeado e integrante de facção com base no Vale do Sinos. Ele atuava no Litoral Norte e no sul de Santa Catarina. Sua transferência para o Presídio Regional de Araranguá, em Santa Catarina, já havia sido aceita, mas ainda que ainda não havia se concretizado.
O resgate e a fuga
O resgate de Huf mobilizou pelo menos seis homens, todos já identificados pela Polícia Civil. A ação ocorreu por volta das 3h15min da madrugada de segunda, quando o criminoso chegou à UPA Zona Norte de Caxias do Sul escoltado por quatro agentes penitenciários, reclamando de uma suposta cólica renal. Três criminosos invadiram a unidade 10 minutos depois, enquanto um quarto aguardava dentro de um veículo Passat. Ao trocarem tiros com os servidores, fugiram do local deixando o preso para trás.
As imagens das câmeras de segurança internas da UPA mostram que Huf estava algemado quando pegou a arma de um agente e atirou contra Clóvis Antônio Roman, 54 anos, que morreu no local.
Uma mulher foi feita de refém e Huf a obrigou a dirigir em direção a Farroupilha. Quando passaram o acesso à estrada que liga o Santuário de Caravaggio, um veículo Gol preto já aguardava pelo sujeito para seguir a fuga. A mulher foi liberada sem ferimentos.
Por volta do meio-dia de segunda-feira, a polícia encontrou o Passat, com placas de Criciúma, usado na fuga pelos criminosos que invadiram a UPA, em uma casa abandonada no bairro Pioneiro. No local, também foram encontradas armas, sendo três fuzis e uma espingarda, além de coletes, a algema usada por Huf, munições e rádios para comunicação. A casa passou por perícia.
O agente Roman será sepultado em Santa Catarina, no município de Descanso. Ele era formado em Direito e atuava havia três anos na Susepe. O agente Welivanio Wellington de Oliveira também foi gravemente ferido no ataque. Passou por uma cirurgia após levar o um tiro de calibre 12, com ferimentos na perna, no quadril e em uma das mãos. Está consciente e fora de perigo.
Investigação
Um dos focos da investigação da Polícia Civil é entender qual é a relevância de Huf dentro da organização criminosa para a qual atua. De acordo com o delegado de Caxias do Sul, Vitor Carnaúba, a dúvida é se ele foi resgatado por ter dinheiro e financiar a fuga ou por ter alguma importância dentro da facção. Ainda não há informações que o criminoso seja alguém relevante.
“Vamos entender qual o papel do preso que fugiu na facção criminosa, pois foi algo organizado. Envolve dinheiro, aluguel de arma, carro, ele tinha vários outros crimes na região de Três Cachoeiras e Santa Catarina e vivia entre o Litoral Norte e Santa Catariana”, afirma o delegado regional de Caxias do Sul, Cleber Lima.