Devido ao flagrante, o grupo responde a processo por tráfico internacional de drogas e todos estavam presos na Penitenciária Estadual de Caxias do Sul, no distrito de Apanhador, por decisão da Justiça Federal.

Guilherme é natural de Lajeado e integrante de facção com base no Vale do Sinos. Ele atuava no Litoral Norte e no sul de Santa Catarina. Sua transferência para o Presídio Regional de Araranguá, em Santa Catarina, já havia sido aceita, mas ainda que ainda não havia se concretizado.

O resgate e a fuga

O resgate de Huf mobilizou pelo menos seis homens, todos já identificados pela Polícia Civil. A ação ocorreu por volta das 3h15min da madrugada de segunda, quando o criminoso chegou à UPA Zona Norte de Caxias do Sul escoltado por quatro agentes penitenciários, reclamando de uma suposta cólica renal. Três criminosos invadiram a unidade 10 minutos depois, enquanto um quarto aguardava dentro de um veículo Passat. Ao trocarem tiros com os servidores, fugiram do local deixando o preso para trás.

As imagens das câmeras de segurança internas da UPA mostram que Huf estava algemado quando pegou a arma de um agente e atirou contra Clóvis Antônio Roman, 54 anos, que morreu no local.

Uma mulher foi feita de refém e Huf a obrigou a dirigir em direção a Farroupilha. Quando passaram o acesso à estrada que liga o Santuário de Caravaggio, um veículo Gol preto já aguardava pelo sujeito para seguir a fuga. A mulher foi liberada sem ferimentos.

Por volta do meio-dia de segunda-feira, a polícia encontrou o Passat, com placas de Criciúma, usado na fuga pelos criminosos que invadiram a UPA, em uma casa abandonada no bairro Pioneiro. No local, também foram encontradas armas, sendo três fuzis e uma espingarda, além de coletes, a algema usada por Huf, munições e rádios para comunicação. A casa passou por perícia.

O agente Roman será sepultado em Santa Catarina, no município de Descanso. Ele era formado em Direito e atuava havia três anos na Susepe. O agente Welivanio Wellington de Oliveira também foi gravemente ferido no ataque. Passou por uma cirurgia após levar o um tiro de calibre 12, com ferimentos na perna, no quadril e em uma das mãos. Está consciente e fora de perigo.

Investigação

Um dos focos da investigação da Polícia Civil é entender qual é a relevância de Huf dentro da organização criminosa para a qual atua. De acordo com o delegado de Caxias do Sul, Vitor Carnaúba, a dúvida é se ele foi resgatado por ter dinheiro e financiar a fuga ou por ter alguma importância dentro da facção. Ainda não há informações que o criminoso seja alguém relevante.

“Vamos entender qual o papel do preso que fugiu na facção criminosa, pois foi algo organizado. Envolve dinheiro, aluguel de arma, carro, ele tinha vários outros crimes na região de Três Cachoeiras e Santa Catarina e vivia entre o Litoral Norte e Santa Catariana”, afirma o delegado regional de Caxias do Sul, Cleber Lima.