Domingo: dia da grande pesquisa eleitoral
Na metade do ano, quando entrevistamos Alexandre Garcia para a revista Visual, ele já desenhava o cenário que estamos assistindo agora, o que é natural, afinal, ele circula dentro da fonte da informação (seja de direita, de centro ou de esquerda) – e quando questionado sobre as pesquisas e ele dizia:
“Pelo que as ruas me dizem, não é o que a pesquisa diz. Mas será que vamos cair nessa conversa de novo? Será que temos essa teimosia de sermos enganados, e assim seremos pela segunda vez? Será que nos esquecemos da eleição de 2018? Em que as pesquisas mostravam que esse candidato que ganhou ia perder para todos em primeiro turno?
Disseram que a Dilma estava eleita senadora por Minas Gerais, que não sei quem estava eleito governador aqui em Brasília, não sei quem estava eleito governador no Rio de Janeiro, e não acertaram. E vão errar de novo. Não acredito. Não considero a existência de pesquisas mais. Porque elas me provaram, em 2018, que não merecem crédito. Vocês acham que existe algum lulista que vai mudar de ideia e vai passar a ser Bolsonaro?
É o que algumas pessoas estão começando a dizer. O cara estava de um lado, agora foi pro outro. Como assim? Está chamando o brasileiro de pusilânime, de gente sem vontade, de gente maluca? Tem alguma coisa errada na pesquisa. Não quero nem imaginar que seja intencional. Devem estar fazendo uma coleta errada ou usando os coletores errados. Sei lá.
Então eu prefiro confiar nos meus olhos. No que eu vejo todos os dias”.
Releia a entrevista de Alexandre Garcia clicando aqui
Boca de Urna
O 1º turno da eleição de 2022 não terá pesquisa de boca de urna para presidente pela 1ª vez desde a redemocratização. Rompendo tradição histórica do Ibope, o Ipec – fundado por ex-executivos da antiga empresa, que fechou as portas em 2021– decidiu não enviar pesquisadores às ruas no dia da eleição.
Façam suas apostas
Então, já que nesta semana, mais de 100 pesquisas foram feitas, trago para vocês as dez mais relevantes divulgadas até ontem.
Datafolha: 35% não se sentem à vontade para declarar voto para presidente
A pesquisa ouviu 6.800 pessoas, entre 27 e 29 de setembro, em 332 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (30), encomendada pela Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”, aponta que 35% dos eleitores se sentiram menos à vontade para declarar seu voto para presidente para outras pessoas nos últimos meses. Há mais constrangimento na declaração de voto entre mulheres (38%) que entre homens (32%).
Entre eleitores do ex-presidente Lula (PT), 40% se sentem menos à vontade para declarar o voto, índice similar aos registrados entre eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – ambos com 41%. Já entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), o índice é mais baixo: 27%.
Esta é a primeira vez que o Datafolha mediu este indicador. A pesquisa ouviu 6.800 pessoas, entre 27 e 29 de setembro, em 332 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE com o nº BR-09479/2022.