Nesta segunda-feira (29) a Polícia Civil de Cruzeiro do sul encaminhará ao Poder Judiciário o Inquérito Policial que apura o crime de tentativa de latrocínio contra o ex Pároco da Igreja Matriz de Encantado, Mauro Organista.
Conforme o delegado Dinarte Marshall, as investigações feitas pela Polícia Cívil de Cruzeiro do Sul revelaram que, o Padre foi de Encantado a Lajeado com o veículo GM Cobalt, pertencente a Miltra Diocesana. Segundo a vítima, tinha o hábito de ir a Lajeado e entregar sacolas com alimentos a famílias menos assistidas.
O religioso contou à polícia que na noite dos fatos, o autor do crime de 18 anos e sem antecedentes criminais, havia efetuado contato telefônico com o mesmo e solicitado que se deslocasse com o veículo GM Cobalt mesmo sabendo que a Igreja possui outro veículo mais simples.
A vítima relatou que se encontrou com o autor do crime no Centro de Lajeado e ambos percorreram por algumas ruas da cidade deslocando-se para Cruzeiro do Sul, tudo em companhia de um adolescente de 13 anos, primo do autor do crime, e que em um momento de distração quando estava de costas para o criminoso foi golpeado no pescoço com uma faca, momento em que entrou em defesa corporal com o rapaz. Mesmo ferido, conseguiu fugir em busca de ajuda, foi socorrido por uma família em uma residência próxima do local.
Quando o trio chegou em Cruzeiro do Sul, adentraram na via não pavimentada que dá acesso a beira do Rio Taquari, local conhecido como Prainha. No lugar, o adolescente permaneceu no interior do veículo e o padre e o autor do crime se afastaram do carro indo em direção à beira do Rio. Segundo o adolescente, o autor do fato, já portava a arma do crime em sua mochila – uma faca com cerca de 30 centímetros de lâmina. Verificou-se que foram furtados a mochila com a carteira, dinheiro, pertences pessoais e aparelho celular do religioso. O veículo não foi levado, pois os autores estavam sem a chave.
O autor do fato foi interrogado e alegou legítima defesa, porém não soube explicar a razão de estar com a faca dentro da mochila, o mesmo mentiu sobre o fato de não saber dirigir e que havia solicitado ao padre o passeio com o Cobalt. Sobre os pertences da vítima, admitiu o furto e que teria repassado o celular a uma terceira pessoa a fim de que fosse vendido em uma loja de conserto, em Lajeado, a pessoa e a loja foram identificadas, mas o aparelho não foi recuperado.
O jovem de 18 anos, foi indiciado pelos crimes de Tentativa de Latrocínio (roubo seguido de tentativa de homicídio), cuja pena é de 20 a 30 anos, antes da redução pela tentativa e corrupção de menores (cometer crime em companhia de menor de idade) cuja pena é de um até quatro anos de prisão.
O adolescente diz que nada sabia das intenções do autor do crime e por isso foi enquadrado no procedimento policial apenas como testemunha.