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Bolsonaro depõe, nega interferência na PF e reclama de Sergio Moro

O presidente Jair Bolsonaro, em depoimento nesta quarta-feira (3), disse ter pedido ao ex-ministro da Justiça Sergio Moro para trocar a direção da Polícia Federal, no ano passado, por “falta de interlocução” com o então dirigente da corporação, Maurício Valeixo.

O depoimento foi prestado no Palácio do Planalto e é uma últimas medidas do inquérito aberto no ano passado para investigar o presidente pela suposta interferência na PF.

Na ocasião, Bolsonaro negou que buscasse informações privilegiadas e sigilosas de investigações em curso ou que quisesse interferir no trabalho da PF. Repetiu que precisava de informações de inteligência para tomada de decisões.

“Necessitava da mudança da Direção Geral da Polícia Federal, como dito, para maior interação. Que nunca obteve, de forma direta, relatórios de inteligência produzidos pela Polícia Federal. Que perguntado se possui acesso ao SISBIN, coordenado pela ABIN, disse que não. Que muitas informações relevantes para a sua gestão chegavam primeiro através da imprensa, quando deveriam chegar ao seu conhecimento por meio do Serviço de Inteligência”, diz o termo de declarações, documento que resume o interrogatório.

No depoimento Bolsonaro também reclamou de Moro. Disse que ele não mostrava empenho em casos que atingiam diretamente o presidente, como a investigação sobre os supostos mandantes de Adélio Bispo de Oliveira e também no episódio do porteiro de seu condomínio, no Rio de Janeiro, que o envolveu no caso Marielle Franco.

“Cobrou do ex-ministro uma investigação mais célere e objetiva sobre o atentado que sofreu. Que não observou nenhum empenho do Sergio Moro em solucionar o assunto”, diz o depoimento.

Além de Bolsonaro, Sergio Moro também é investigado no caso, por suposta denunciação caluniosa contra o presidente, uma vez que a investigação foi aberta com base no pronunciamento, em abril de 2020, no qual anunciou sua saída do governo acusando o presidente de tentar interferir na PF.

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