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Em visita a Muçum, governador Ranolfo anuncia obra em trevo de acesso

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) investirá um montante de cerca de R$ 4,5 milhões para execução de obra do trevo de acesso ao Bairro Guaporé, em Muçum.

O anúncio foi feito pelo governador, Ranolfo Vieira Júnior, no último sábado, dia 06, durante visita à Princesa das Pontes. A localidade é via de acesso à Estação Ferroviária do município, ponto de partida e chegada do Trem dos Vales, e principal alternativa para quem visita o Viaduto 13, um dos principais pontos turísticos do Vale do Taquari, na cidade vizinha de Vespasiano Corrêa.

O acesso registra ao longo dos anos acidentes e até atropelamento com morte, sendo uma demanda recorrente dos moradores da localidade. O Bairro Guaporé possui ainda uma escola de educação infantil e a empresa Decibal Móveis, uma das maiores empregadoras no município, o que provoca movimento intenso em horários específicos.

“Recebemos a notícia com entusiasmo. É uma demanda que procuramos resolver desde o início do mandato, através de uma série de reuniões e audiências para finalizar o projeto de engenharia, já aprovado. Apesar da confirmação do governador, ainda aguardamos uma confirmação e detalhamentos da EGR, o que deve acontecer nas próximas semanas”, diz o prefeito, Mateus Trojan.

Ainda não há previsão de início da obra. A execução deve ser antecedida por processo de licitação para a escolha da empresa responsável pela mesma.

Colher de chá?

A pergunta é se o anúncio funcionará como colher de chá para remediar a insurgência de lideranças regionais, frente a fixação do pedágio no município de Encantado. Entre os múltiplos fatores que revolta líderes e comunidade em torno das cancelas fixadas na localidade de Palmas, se dá pelo fato de até então os investimentos do governo estadual acontecerem apenas em municípios localizados na região baixa do Vale.

Por outro lado, o investimento é em nível gritantemente menor do que em municípios como Arroio do Meio, que, segundo previsão do próprio Governo do Estado, terá aportado com dinheiro dos pedágios um investimento de cerca de R$ 181 milhões. Ou seja, a obra em Muçum, caso ocorra, será apenas as migalhas de todo o bolo.

“Não teria como ser diferente”

Em uma pequena coletiva de imprensa, na Estação Ferroviária de Muçum, o governador foi indagado sobre a situação do pedágio em Encantado. Segundo ele, o leilão do bloco deve acontecer no mês de setembro.

Ranolfo afirma dialogar com a sociedade local a respeito da concessão. “Uma coisa é certa, eu sou muito transparente. O ideal seria que nós não tivéssemos pedágio, o ideal seria que o estado pudesse manter rodovias. No entanto não é possível em nenhum lugar do mundo”, justificou.

O governador usou exemplos de fora do país e do centro dele, para argumentar sua visão de importância do pedágio. Ele citou a Europa, os Estados Unidos e o Estado de São Paulo. “Se formos aos Estados Unidos da América, que é um exemplo, lá teremos vias duplicadas, triplicadas, quadruplicadas, com toda a segurança viária e também pedagiada. Se nós pegarmos o estado que é a locomotiva do país, São Paulo, que tem a melhor logística do Brasil, lá também é”, disse.

Ranolfo fechou pontuando que a concessão foi a forma que o governo encontrou para propiciar o desenvolvimento para o estado e também oferecer segurança viária. “Não teria como ser diferente”, pontuou.
No entanto, na verdade, o que pedem as lideranças da parte alta do Vale do Taquari, não é a extinção da praça de pedágio, mas sim, a recolocação dela, próximo a municípios como Arroio do Meio e Lajeado, onde o fluxo de veículos é ligeiramente maior. Parece que o chefe de Estado ainda não entendeu que a reinvindicação se refere a uma condição mais justa.

Consulta Pública

A Universidade do Vale do Taquari – Univates, como organização regional, divulgou no último dia 04, consulta pública organizada pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e pela Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT) sobre o plano de concessão de rodovias do Vale do Taquari.

A comunidade acadêmica e a comunidade regional que utiliza as rodovias, especialmente o trecho entre Encantado e Cruzeiro do Sul, que engloba as ERS-129, 130 e 453, são convidadas a opinar sobre o plano de concessões por meio de formulário. Codevat e CIC-VT defendem que, depois de 23 anos de pedágio nas praças de Encantado e Cruzeiro do Sul, sem contrapartida de obras, o Estado lançou um novo programa de concessão de rodovias para a região, com duração de 30 anos, que não atende aos anseios e às necessidades da comunidade regional.

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