Em 24 de março, celebra-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, visando informar sobre a doença e destacar os esforços para sua eliminação, dada sua persistência como problema de saúde pública. No Brasil, segundo informações do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde são registrados cerca de 70 mil novos casos anualmente. Em Encantado, de acordo com a Enfermeira Cláudia Santos da Silva, aproximadamente 22 casos foram registrados no último ano, com quatro em tratamento este ano.
Segundo o médico pneumologista Maurício de Oliveira Feldens, a tuberculose pode se manifestar de duas formas distintas: latente e ativa. Na forma latente, o paciente abriga a bactéria causadora da doença em seu organismo, porém sem apresentar sintomas ou capacidade de transmiti-la. Já na forma ativa, a bactéria se multiplica, causando sintomas e tornando o paciente altamente contagioso.
“A tuberculose é prevalente no Brasil, com muitas pessoas sendo portadoras da bactéria sem manifestar sintomas devido à imunidade alta. No entanto, fatores como envelhecimento, uso de medicamentos reumatológicos ou aquisição de outras doenças podem desencadear a forma ativa da tuberculose ao longo do tempo”, comenta o médico.
Fatores de Risco
Segundo o pneumologista, os fatores de risco incluem hábitos não saudáveis e condições médicas subjacentes, tais como diabetes e HIV. Ademais, pacientes muito jovens ou idosos, bem como aqueles com dependência química, alcoolismo, ou em situação de rua, são mais suscetíveis à doença.
Sintomas
De acordo com Feldens, os sintomas mais comuns são tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa, sudorese noturna, cansaço, perda de apetite, palidez, dor nas pernas e perda de peso.
Diagnóstico
Para diagnosticar a doença, são realizados exames clínicos, radiológicos e laboratoriais, incluindo exame de escarro e testes sanguíneos. Algumas vezes quando a tuberculose não é pulmonar podendo acontecer em outros órgãos como ossos, intestino pleura meninge é necessário lançar mão de exames e fazer biópsia para chegar ao diagnóstico.
Tratamento
Mauricio Feldens esclarece que o tratamento para tuberculose é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem uma duração média de seis meses, envolvendo o uso de antibióticos. Ele ressalta que a adesão ao tratamento pode representar um desafio, especialmente devido à sua extensão e à presença de pacientes com comportamentos de risco, como dependência química e alcoolismo.
Durante o tratamento, os pacientes são cuidadosamente monitorados por profissionais de saúde, recebendo medicação mensalmente e submetendo-se a exames para avaliar a eficácia do tratamento e detectar possíveis efeitos colaterais.
Entretanto, após o início do tratamento, o risco de transmissão diminui consideravelmente, e medidas simples, como ventilação adequada dos ambientes e aumento da exposição à luz natural, podem contribuir para reduzir ainda mais a propagação da doença.