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Em tempos de Coronavírus, o mosquito da Dengue não pode ser esquecido

O combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é uma tarefa diária que envolve o poder público e a população, até em razão de que mais de 2/3 dos criadouros estão do portão da casa para dentro. Dentre as medidas simples como a de evitar acúmulo de água para não se transformar em criadouro, pesquisa desenvolvida no curso de Farmácia da Unoeste avaliou quatro produtos químicos domésticos em relação à inibição e desenvolvimento de larvas desse mosquito. Detergente e água sanitária foram os que apresentaram eficiência.

O estudo foi motivado pela busca de medida simples, com produtos de fácil acesso e baixo custo, voltada para ajudar no combate à dengue, que é uma doença viral presente em mais de 30 países, tornando-se um dos principais problemas de saúde pública no mundo, conforme diz a orientadora da pesquisa, a professora doutora Lizziane Kretli Winkelstroter Eller. Ela ainda acrescenta a informação de que aproximadamente 50 milhões de pessoas por ano contraem a doença e cerca de 20 mil morrem.

Colaborações

O trabalho de iniciação científica foi desenvolvido pelo aluno Thiago José da Silveira e teve como objetivo avaliar a influência de produtos químicos domésticos na inibição e desenvolvimento de larvas dos mosquitos transmissores da dengue. Houve a colaboração da supervisora da Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) de Presidente Prudente, a enfermeira Elaine Aparecida Maldonado Bertacco, e André Ximenes, biólogo responsável pelo mesmo departamento da Secretaria Municipal de Saúde.

“A pesquisa foi realizada com a instalação de armadilhas para a coleta dos ovos de mosquitos na cidade de Presidente Prudente (SP). Após a coleta, os ovos foram levados ao laboratório entomológico da Vigilância Epidemiológica para o tratamento por 16 dias com os produtos: detergente lava-louças 0,6%(v/v), borra de café 2,6%(p/v), água sanitária 0,4%(v/v) e pasta dental 0,3%(p/v)”, conta a Dra Lizziane Kretli que leciona no curso da Farmácia e é pesquisadora vinculada ao mestrado em Ciências da Saúde, sendo que as siglas por ela apresentadas estão relacionadas a volume por volume e volume por peso.

Novos estudos

“Os resultados demonstraram que a pasta de dente e a borra de café foram ineficazes em evitar a eclosão das larvas, permitindo o desenvolvimento completo do ciclo ovo-larva-pupa-mosquito. O detergente e a água sanitária apresentaram resultados satisfatórios, uma vez que inibiram a evolução dos estágios de larvas para mosquitos adultos”, afirma e chama atenção para o fato de o estudo em questão, a exemplo de tantos outros de natureza científica, não ser necessariamente conclusivo.

“Apesar dos resultados animadores, visto que produtos de fácil acesso e de baixo custo influenciaram o ciclo de desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue, ainda são necessários estudos mais aprofundados com diferentes dosagens e tempos de incubação para que os produtos possam ser disseminados para a população como potencias métodos alternativos de combate ao mosquito da dengue”, explica.

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