Na última terça-feira (02), comemorou-se o Dia Mundial do Autismo, uma data que visa compreender e apoiar as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em Encantado, essa data foi marcada por um anúncio da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente que confirmou a implantação do Centro de Atendimento em Saúde (CAS) TEAcolhe dedicado às necessidades das pessoas com TEA.
Este novo espaço, localizado na Unidade de Saúde do Bairro São José, está projetado para realizar mais de mil atendimentos mensais, abrangendo não apenas os moradores de Encantado, mas também servindo à Região Alta do Vale do Taquari. Karoline Crippa, Secretária de Saúde e Meio Ambiente, ressaltou a importância da formação especializada para o atendimento dessas pessoas, destacando a parceria já existente com a APAE para o treinamento nesse contexto.
“Este centro tem a finalidade de ampliar a oferta de atenção multidisciplinar para os pacientes e familiares de pacientes com TEA, e a previsão de funcionamento é a partir de maio deste ano”, comenta Crippa.
O CAS contará com uma equipe multidisciplinar composta por seis profissionais, incluindo médicos, terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e educadores físicos. Essa composição garante uma abordagem abrangente e personalizada para cada usuário e terá funcionamento durante o horário comercial.
Semana do autismo
Além disso, em 25 de março, um projeto de autoria de Samuel da Silva, foi aprovado, estabelecendo a Semana Municipal de Conscientização do Autismo. Esta iniciativa, a ser realizada anualmente durante o mês de abril, incluirá atividades nas escolas e na comunidade, tais como palestras, seminários, iluminação azul de prédios públicos e oferta de serviços voltados para a atenção às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O autismo, Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição caracterizada por comprometimento na comunicação e interação social, associado a padrões de comportamento restritivos e repetitivos.
A Psicopedagoga Diole Maisa de Siqueira, 37 anos, especializada em Análise do Comportamento Aplicada para Autistas (ABA), explica que os principais sinais precoces de autismo incluem atraso na aquisição da linguagem, reduzida manutenção do contato visual, falta de resposta ao ser chamado pelo nome e isolamento social.
Segundo a especialista, os comportamentos repetitivos e estereotipados podem afetar significativamente o desenvolvimento e o funcionamento diário de uma pessoa com autismo, seja por falta de função específica ou por desempenharem um papel na regulação sensorial.
Quanto às estratégias para promover a comunicação e interação social em pessoas autistas, a psicopedagoga enfatiza a importância de terapias direcionadas por profissionais especializados, como Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais e Psicopedagogos.
“É essencial reconhecer as necessidades individuais e adaptar os ambientes para melhorar a qualidade de vida da pessoa autista”, ressalta a especialista.
A profissional também destaca a necessidade de terapias personalizadas, como a ABA, reconhecida pela Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos EUA, reforçando a importância de ambientes inclusivos em locais públicos, como escolas, para promover a participação e a igualdade de direitos para pessoas autistas.