Encantado contará com um Centro de Atendimento em Saúde (CAS), voltado às necessidades específicas das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O espaço funcionará como referência para toda a região alta, com capacidade para fazer mais de mil atendimentos mensais. A notícia foi recebida pelas secretárias de Saúde e Meio Ambiente e Geral de Governo de Encantado, Karoline Crippa e Clarissa da Rosa Pretto Scatola, no Palácio Piratini, em Porto Alegre, na tarde de ontem (05).
Elas participaram do anúncio de novos convênios e assinatura de portaria que viabilizam a ampliação do Programa TEAcolhe, aumentando para 51 o número de CAS. Com a assinatura, o Rio Grande do Sul passará a contar com 28 novos centros. A solenidade ocorreu no Palácio Piratini, com as presenças do governador Eduardo Leite e dos secretários da Saúde, Arita Bergmann, e do Esporte e Lazer, Danrlei de Deus.
A equipe do CAS de Encantado será formada por seis profissionais, podendo ser médicos, terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionista, educador físico, entre outros. O centro permanecerá aberto todos os dias da semana, possivelmente em horário comercial. O governo de Encantado estuda utilizar o prédio do Posto da Faterco para instalação da unidade. “A ampliação da Unidade de Saúde da Faterco, tem espaço físico para acolher o programa. Será um desafio, em que Encantado está pronto para assumir e qualificar a saúde em nosso município e em toda região alta”, acredita a titular da pasta da Saúde e Meio Ambiente de Encantado, Karoline Crippa.
Clarissa destaca que o município já conta com treinamento para atendimento de pessoas com TEA, em parceria com a APAE. No entanto, a ampliação, com a implantação de um centro de atendimento, o acompanhamento será mais efetivo. “Teremos à disposição uma equipe multidisciplinar com expertise no atendimento ao autismo, realizando atendimento e acompanhamento de pessoas com autismo e, da mesma forma, de seus familiares”, destaca.
O prefeito, Jonas Calvi, destaca que Encantado é um polo de saúde e o Centro, consolidará ainda mais o município como referência, além de fortalecer a saúde na região alta. “Além de tudo, ao investir no atendimento de pessoas com TEA, mostra que Estado e Município têm sensibilidade com a causa. Recebo a notícia com emoção e esperança em um serviço cada vez mais humano e qualificado para todos, de acordo com a necessidade de cada um”.
A presidente da Associação de Mães e Pais, Daiane Fontana, observa que o trabalho conjunto das instituições de saúde, educação e assistência social é fundamental para promover um atendimento abrangente às pessoas com deficiência, especialmente autistas e suas famílias, garantindo a inclusão e bem-estar. “Parabéns aos envolvidos por trazer o TEAcolhe para Encantado e região. Ter esse espaço à disposição, faz toda a diferença, principalmente para autistas acima de 18 anos, que enfrentam maior dificuldade de inclusão devido à falta de profissionais capacitados para atender essa demanda. Infelizmente temos muitos jovens e adultos em casa, sem receber qualquer tipo de atendimento. Temos que respeitar o limite de cada um, mas se não nós movimentarmos para mudar a realidade, não vamos resolver”, diz.
Além disso, o Estado possui oito centros macrorregionais e 30 centros regionais que prestam o atendimento. Durante o evento, houve apresentações artísticas do grupo de percussão Um só Pulsar, que envolve pessoas com autismo, e depoimentos de mães de crianças com TEA beneficiadas pelo programa.
“Em 2023, tínhamos 23 unidades e estamos implantando mais 28. Agora, há cobertura em todas as regiões, e a meta é chegar a 60 unidades no fim do ano. Essa política pública significa um investimento anual de R$ 70 milhões do governo do Estado. Os depoimentos que recebemos de tantos pais e mães mostram a importância desse programa”, afirmou Leite.
O TEAcolhe foi lançado pela Secretaria da Saúde em 2021 e hoje representa uma retaguarda assistencial e de suporte técnico-pedagógico às equipes dos municípios por meio dos centros macrorregionais de referência. Os centros regionais, por sua vez, são destinados ao atendimento dos casos severos, graves e refratários da região, definidos por protocolo previamente estabelecido.
“O TEAcolhe passa a ser referência para outros estados do Brasil. Outras unidades da federação estão nos procurando. Esse trabalho demonstra o quanto o governo do Estado está comprometido com a causa”, disse Arita. Ela explicou que o programa exige um trabalho interdisciplinar, envolvendo várias secretarias, para que ações integrais de atendimento às pessoas com autismo e às suas famílias possam ser realizadas.