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Amturvales defende privatização de parques: “muito vantajoso para o turista”

Situada a seis quilômetros do Centro de Encantado, a Lagoa da Garibaldi é um dos pontos turísticos mais visitados da região. E o complexo ganha ainda mais visibilidade com a construção do Cristo Protetor, pois fica no caminho para o monumento. Por isso, o governo municipal projeta a privatização do espaço.

A inspiração do prefeito Jonas Calvi está em exemplos de fora da região. O Cais Mauá, em Porto Alegre, é tido por ele como exemplo de concessão e melhor exploração de um espaço público. Para o gestor, o governo municipal não pode gastar energia em cortes de grama, conserto de brinquedos e outras melhorias.

Com concessão, governo de Encantado quer atrair investidores do ramo gastronômico à Lagoa da Garibaldi

Uma empresa, a BSW, foi contratada para realizar um estudo sobre a melhor forma de privatização. A concessão também abrangerá outros espaços de Encantado, como o Parque João Batista Marchese. Mas é a Lagoa da Garibaldi que desperta maior atenção, pela sua localização. Quem vai até o Cristo passa pelo local e o governo quer torná-lo mais atrativo aos turistas.

“Temos que cuidar muito bem da Lagoa. Precisamos de um projeto moderno que não interfira na natureza dela”, destaca Calvi. Segundo ele, há dois portões que controlam entrada e saída do complexo, mesmo ele sendo público.

Concessão de parques e complexos turísticos à iniciativa privada tem sido uma prática recorrente no país nos últimos anos. Entre os argumentos favoráveis, estão a diminuição de custos ao poder público. Já os críticos apontam o risco de descaracterização dos parques, sobretudo nas partes cultural e ambiental.

PPP no Parque Histórico

Inaugurado em 2002, numa área nobre de Lajeado, o Parque Histórico possui grande potencial turístico. Tem apelo cultural e remete às origens do município. Contudo, nunca se concretizou como um espaço de lazer e atrai poucos turistas, mesmo aberto à comunidade todos os dias.

A abertura de uma cafeteria no local, em maio, trouxe à tona novamente a discussão sobre o futuro do local. A concessão do espaço, por meio de uma parceria público-privada, é estudada pelo governo municipal. Uma empresa de fora, especializada na administração de parques, esteve nessa semana no município para conhecer o Parque Histórico.

Para explorar potencial turístico do Parque Histórico, Lajeado estuda possibilidade de parceria público-privada

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura, André Bücker, a intenção é que se mantenham os contratos existentes de cessão das casas do parque. “Não queremos que se tenha prejuízo a essas pessoas que estão empreendendo. O que buscamos é uma exploração mais efetiva, pois o local tem um potencial muito grande”, afirma.

São 18 casas existentes no Parque Histórico, incluindo o auditório. Destas, sete estão desocupadas e três estão cedidas, mas sem contrato ativo. As demais estão locadas e operam com frequência, como o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), da Amturvales, que funciona todos os dias na entrada do parque, e a Cervejaria Ratzbier, na produção de cerveja artesanal.

Bücker ressalta que, caso a concessão seja levada adiante, a ideia é que se mantenham as características das casas, em formato enxaimel. “O parque não deixará de ter a valorização histórica. A ideia é que se façam investimentos em manutenção e melhorias nas casas”, frisa.

Símbolo regional

Um dos espaços turísticos mais valorizados do Vale do Taquari é de responsabilidade privada. De um banhado nos morros da Linha Harmonia, surgiu um dos símbolos do turismo regional, a 12 quilômetros de Teutônia.

A Lagoa da Harmonia completou 70 anos em 2020. A estrutura física atual conta com restaurante, apartamentos e cabanas e é mantida pelos administradores, Cleber Tregnago e Vanessa Konrad, que locam o complexo desde dezembro 2016. Aos finais de semana, é um dos locais mais visitados da região.

Em Teutônia, Lagoa da Harmonia é exemplo de espaço turístico particular

O espaço integra um dos roteiros turísticos mais conhecidos do Vale, a Rota Germânica, que reúne espaços públicos e privados de Teutônia e Westfália.

Entrevista com Leandro Arenhart, presidente da Amturvales

“Para o turista, isso é muito vantajoso”

Vejo como uma boa saída, sem sombra de dúvidas. Muitas vezes esses parques não tem a devida atenção. Há governos que investem e é substituído por outro que não vai no mesmo caminho. Isso não ocorre no setor privado. Se torna um negócio. E para o turista, isso é muito vantajoso.

O Parque Histórico é algo único. Não se tem nada igual no Sul do Brasil. E ele precisa ser melhor aproveitado. Quando reabriu, e agora temos a cafeteria, já tivemos um movimento muito maior, de três semanas para cá. Veio gente de Florianópolis, até de Minas Gerais. Lajeado se beneficiaria muito, pois já tem uma rede hoteleira forte, opções de lazer noturno e outros pontos turísticos.

Temos aqui um vale de oportunidades. E ele não necessariamente está em Encantado, ou Lajeado. Com o Cristo Protetor, o turista vai ficar mais tempo aqui, conhecendo outros lugares. Sabemos que, para consolidar um roteiro turístico, vai demorar pelo menos uns dez anos. Precisamos melhorar e qualificar o que já temos. O poder público tem o papel de qualificar, ordenar, divulgar, dar acesso e sinalização. E precisa andar de mãos dadas com a iniciativa privada na questão turística. Os parques privados serão um passo à frente.

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