Deputado gaúcho critica destinação de verbas da cultura para produção de alimentos
Paulo Pimenta, do PT, disse que 'Bolsonaro fede a ignorância' por querer destinar o dinheiro do setor artístico para Santas Casas de Saúde e para suprir os efeitos da estiagem no agronegócio
O Deputado Federal Paulo Pimenta (PT-RS) publicou na manhã de ontem, em sua conta no Twitter, uma crítica ao veto à Lei ‘Paulo Gustavo’.
O petista criticou o veto presidencial à lei que destinaria quase R$ 4 bilhões para o setor artístico, devido a um recente pronunciamento do Presidente Jair Bolsonaro, que disse que pretende destinar esse dinheiro para Santas Casas e custear os prejuízos causados pela seca ao agronegócio.
Entenda
O projeto, já aprovado pelo Senado, pretende destinar os recursos do Governo Federal para estados e municípios ajudarem o setor cultural a se recuperar dos impactos da crise causada pela pandemia da Covid-19. Da verba, R$ 2,79 bilhões seriam voltados à área audiovisual, enquanto R$ 1,06 bilhão iria para ações emergenciais, totalizando R$ 3,86 bilhões.
Bolsonaro criticou o uso do dinheiro no setor:
“Vetei porque, inclusive, estamos precisando de R$ 2 bilhões para as Santa Casas e R$ 3 bilhões, mais ou menos, para a gente acertar o final do agronegócio”, disse, “devido às secas e outros problemas que tivemos. Esse dinheiro poderia e pode perfeitamente ir para lá”.
Bolsonaro ainda reclamou que a medida seria uma tentativa de ‘desviar’ os cortes feitos na Lei Rouanet para destinar recursos para “os figurões que ficaram de fora”.
Na terça, em nota, a Secretaria-Geral da Presidência afirmou que o texto criaria despesa sem apresentar uma compensação na forma de redução de gastos. O projeto foi aprovado em 15 de março no Senado.
Seca fez preço de alimentos dispararem
A falta de chuvas, associada com a elevação dos custos de transporte e a escassez nas lavouras também limitou a quantidade ofertada de diversos hortifrutigranjeiros e, consequentemente, elevou os preços.
Os principais estados produtores de commodities foram acometidos por uma das maiores estiagens dos últimos tempos, e a quebra na colheita de grãos segue inflacionando os preços. Preços do trigo e do soja podem elevar o custo desde o óleo de soja até o pão ‘cacetinho’.
O Ministério da Agricultura e Pecuária trabalha em medidas como crédito extraordinário para que agricultores consigam contornar os efeitos da seca.