Com data de registro na Federação Rio-Grandense (atual FGF) em 21 de abril de 1942, o Esporte Clube Encantado comemora a data de seus 80 anos de fundação.
O clube é remanescente do Encantado Foot-Bal Club fundado em 1914, como clube amador, ambos tendo iniciado suas conjunturas no antigo Café Sana (Haiti), após a vinda da 1ª bola de futebol trazida pelo Sr João Theobaldo Moesch.
Entre as conquistas mais significativas estão: Copa Ramenzoni em 1942 – Campeão da Zona Leste em 1954 – Campeão da Mini-Copa Governador 1972 – Classificado entre os 12 da Copa Governador em 1973 (Classificação para o Gauchão de 1974) – Campeão do Copa Cícero Soares em 1975, Campeão de Juniores (C) em 1981 – Campeão de Juniores (B) 1997.
Atualmente o clube disputa campeonato da Liga Serrana de Futebol, na categoria Sub-15.
A história em fotos:
Os presidentes
Diversos desportistas participaram de suas diretorias. Na foto alguns dos presidentes dos aproximados 40 que assumiram ao longo da história: Adroaldo Conzatti, Salim Chanan, Nilson Debortoli, Dario Hollmann, Dejair Mantovani, Jorge Moreira, Vilson Becker, Jebir Lahude, Raimundo Bolsi e Airto Gomes, presidentes, na ocasião, representando o clube em gincana beneficente do Banco do Brasil 24/05/1992.
Elas chamaram a atenção do mundo em 1971
(Entrevista dada para a Revista Comemorativa do Clube, editada por Airto Gomes e que terá seu lançamento em setembro, em jantar festivo contando a história dos 80 do Leão do Vale).
Agosto de 1971. Um grupo de amigas, almoçando no Restaurante Esplanada, de propriedade de Vitor Berticelli da Silva, encantadense apaixonado por futebol, ouve dele que encontrara a solução para que o Esporte Clube Encantado voltasse a se projetar no cenário gaúcho. A ideia era a formação de uma diretoria feminina. Refeito da surpresa do convite inusitado, o grupo resolve abraçar o desafio proposto. O primeiro passo foi um plano para
alavancar recursos financeiros.
O segundo, aprender as posições dos jogadores e esquemas táticos, “aulas” ministradas com maestria por Berticelli, na mesa do seu Restaurante, com tampinhas de garrafas. Bons tempos! Lembro da notícia, em edição
extraordinária, na Rádio Guaíba, “mulheres assumem a direção do Esporte Clube Encantado”. Mais tarde, a cidade recebeu repórteres e fotógrafos das emissoras de televisão e rádios das várias cidades para a primeira entrevista
coletiva com a nova Diretoria.
A cidade ficou conhecida em todo país. Participamos em programas de televisão na capital gaúcha, bem como no Rio de Janeiro, e entrevistas nos maiores jornais do país. Em 20 de novembro de 1971, página inteira do jornal
O Globo. Colocamos a cidade de Encantado no cenário nacional. Era o protagonismo feminino Encantadense mostrando seu rosto para o país.
O que não seria hoje com o advento da internet? Lembro, com carinho e saudades, dos integrantes daquela Diretoria: Jurema Bagatini, Vanira Ferri, Liane Paveglio, Gladis Sangalli, Nedi Sandri, Vitor Berticelli (diretor de futebol), Marcos Garcia (treinador), Lício Caumo (contabilidade) e outros que a memória falha não permite citar os nomes. Lembro, também, dos valorosos atletas do “Leão do Vale”: Luiz Moesch, João Ferri, Breno, Valdir, Mario, Malomar, Telo, Pimenta, Enio, Bodinho e Toquinho.
Não posso olvidar a menção aos fiéis guardiões do Estádio das Cabriúvas: Sr. Ivo Agnoletto e sua esposa dona Alaides. Ele responsável pela manutenção do estádio, ela, pelo fardamento da equipe. Tivemos o apoio da Mandatário Municipal, Armando Luiz Reali, que na época e inicialmente, garantiu-nos a importância de dois mil cruzeiros mensais. A cidade mobilizou-se.
A campanha por novos sócios e a locação de painéis em volta do campo (com propaganda da indústria e comercio), bem como a ajuda financeira de várias empresas, possibilitaram a reforma do estádio e o sucesso da nova administração. A brilhante ideia de Berticelli vingou e seus frutos foram colhidos nos anos seguintes. O esporte Clube Encantado, em 1972, foi Campeão Invicto da Mini Copa Governador do Estado. Em 1973, Vice-campeão do mesmo Torneio.
Em 1974, integrou o Campeonato da Divisão Especial. Vem à mente a inesquecível partida contra o Grêmio, no antigo Estádio Olímpico, pelo Campeonato Gaúcho. Primeiro tempo, o “Leão do Vale” vencia por 3×0, time
que debutava na Divisão Especial. Mas, como quase tudo na vida tem um mas, o resultado final foi de 3×3. Agradeço ao saudoso Berticelli pelo inusitado convite. Agradeço, também, a Airton Gomes a oportunidade de escrever este texto, que serviu a reviver lindos momentos e manter vivas boas lembranças.
Texto de Airto F. Gomes