#NolimarPerondi | A sessão desta semana da Câmara de Vereadores de Encantado teve alguns momentos de pura tensão
Suinofest
Quero começar com notícia boa. A Suinofest está de volta depois de um período de quatro anos. Uma grande festa gastronômica que enaltece e valoriza a gastronomia com base na carne suína. Este novo formato de três finais de semana do mês de junho e parece ser bom, claro a organização deverá avaliar isso e adequar para os próximos anos, caso seja necessário. Junto com a gastronomia também acontece a feira, que é aberta ao público gratuitamente. Outra novidade é que a partir deste novo formato também volta a ser anualmente.
Números
Há poucos dias escrevi aqui, com base em uma manchete de um jornal de Lajeado, que a organização da Suinofest projetava arrecadar R$ 10 milhões. Obviamente equivocado, que só agora esclarecemos com o presidente da Acie, Alex Herold. Ele informa que se trata de uma projeção de impacto, ou seja, somando os investimentos na festa, vendas de ingressos e negócios na feira com base histórica e diferente este ano com perspectiva de incremento do Cristo protetor e, logicamente, uma perspectiva a se confirmar.
Gastronomia
Todo o ano tem alguns comentários discriminatórios em relação ao preço. É preciso dizer que, de fato, não é barato, mas também é imprescindível que se informe que a festa em si não é barata para quem promove, que no caso é a Associação Comercial e Industrial de Encantado. São meses de trabalho, produtos oferecidos, sempre de primeira qualidade, segurança, limpeza que engrossam os custos. E neste ano, com a retomada da festa, são muitas incertezas, porém com um alento de que foi recorde de vendas de ingressos antecipados.
Colaboradores
O Sicredi Região dos Vales, patrocinador máster juntamente com a Dália, reuniu 160 colaboradores dos 18 municípios de atuação no primeiro dia da Suinofest. Isso é o que se chama participar ativamente dos acontecimentos de uma comunidade. Também se faz necessário dizer que estes patrocínios dão garantia da festa.
Climão
A sessão desta semana da Câmara de Vereadores de Encantado teve alguns momentos de pura tensão. A primeira delas veio com a resposta do vereador Joel Botoni ao vereador Marino Deves que anteriormente se disse preocupado com o orçamento do município, principalmente quando comparado o que foi gasto na saúde no quadrimestre de 2022 comparando com igual período deste ano, que teria uma elevação de mais de 10%. Conforme o vereador Botoni este investimento se deu fora de ano eleitoral. Sem entrar no mérito do que estava sendo discutido o que ficou notório foi a reação da situação que até então se mostrava numa posição passiva diante da ação da oposição.
Respeito
Em outro momento a tensão foi ainda mais alta quando a vereadora Andressa de Souza ocupava a tribuna e iniciava mais uma das suas críticas semanais à saúde do município: “A saúde está boa, está boa para a pessoa que tem um carro exclusivo, para sair a hora que quiser e ser levado até Porto Alegre para fazer o seu tratamento”. Neste momento a vereadora Andressa foi interrompida pelo vereador Joel Botoni que retrucou: “Não fala o que tu não sabe, eu peço respeito, eu peço respeito, tu não participou de nenhuma reunião aqui, tu fala o que tu quer, não fica usando a saúde de ninguém para te promover, só isso que eu te peço, respeito”. Na sequência a vereadora Andressa emendou: “Respeito eu peço do senhor, eu não citei o nome de ninguém e se o chapéu serviu vereador eu não tenho culpa, o senhor está colocando palavras ao vento”. Depois disso a vereadora pediu a reposição de seu tempo e começou novamente.
Lambe Botas
Eis que se pensava que o tempo já estava bastante quente, mas não, quase ferveu quando o vereador Duda do Taxi subiu a tribuna. O vereador iniciou parabenizando a organização da Suinofest, depois disse que Encantado não é somente a Suinofest, o parque João Batista Marchese ou o entorno do Cristo Protetor. Citou alguns serviços e promessas da administração e aí subiu o tom: “Como os colegas que me antecederam falaram que situações da saúde está andando e andando bem, nós concordamos só que nós não podemos desmoralizar um vereador eleito pelo povo, não um vereador lambedor de botas, empregado do excelentíssimo prefeito Jonas Calvi que se troca por cargo público que teriam que ter vergonha e pegar o seu salário e devolver ou usar para fazer essas reformas que tem que fazer em Encantado, em vez de vir aqui pregar que tá tudo bom, tudo muito perfeito”. Não deu para entender muito bem a quem se referia. Fica a pergunta, seria ao seu colega de partido? Pois quem eu vi falando bem da administração, das obras e gestão do prefeito Jonas foi o vereado Valdecir Gonzatti. Ou estaria equivocado?
Cereja Podre
Para fechar esse festival de acusações foi a vez do vereador Roberto Salton que acusou literalmente o jornal Força do Vale de promover fake news. O vereador textualmente assim se referiu: “Um pedido ao jornal de Encantado, o jornal Força do Vale senhor presidente, que pare de publicar fake news a respeito desse vereador, já faz tempo que distorce as falas desse vereador em vários sentidos, então que parem. Isso é feio, isso é feio. Parabenizar todos os outros jornais, mas esse jornal que pare com isso que já tá vergonhoso. Final de semana tivemos um evento da UVB muito bom, vários vereadores do Brasil estiveram aqui, botaram o jornal em baixo do braço e levaram para seus estados e levam fake news também”. O vereador não disse qual seria a falsa informação promovida e publicada pelo jornal e completou: “As pessoas erram, todo mundo erra, inclusive na informação, mas depois que tem uma informação certa a gente tem que seguir a questão correta e a gente não pode ser desonesto com aquilo que a gente se propõe e com a verdade, porque a verdade logo ali na frente ela vem à tona”. Qual a informação correta, senhor vereador? Sobre a verdade tenho certeza que virá.
Imunidade
O vereador não pode praticar um crime de calúnia e difamação e achar que estará blindado pela imunidade parlamentar material. Até poderia o vereador Roberto Salton afirmar que o jornal publicou uma falsa notícia e pedir a retratação, mostrando qual seria o erro, porém não exemplificou qual seria a fake news apenas fez a acusação que não ficou limitado ao ambiente da Câmara de Vereadores, foi além, pois estava sendo transmitida ao vivo nas redes sociais. Logicamente o jornal já está tomando providências pertinentes.
Atingido
Nesta coluna Roberto Salton vem sendo citado com certa regularidade, porém nunca de forma pessoal e sim por ser uma figura pública e detentor de cargo eletivo. Recentemente o vereador foi expulso do seu partido, o PDT. Também foi informado aqui que a executiva municipal não tem esse poder, prerrogativa somente da executiva estadual. Citei alguns notórios motivos que em nenhum momento foram contestados pelo edil. Não fui nominado pelo vereador, mas faço parte do jornal Força do Vale onde há mais de 20 anos analiso e comento sobre política, por esta razão me sinto atingido. Se fossemos injuriados não teria relevância, mas quando acusa o jornal de publicar deliberadamente notícia falsa ele atinge o que o jornal tem de mais caro, a sua reputação de ser integrado, mas sobretudo de ser íntegro.
Profissão
Atuo na imprensa há mais de 40 anos, a grande maioria com jornalismo. Já fui contestado, questionado, direito de resposta e até adjetivado, mas jamais fui processado por falsa informação. Sempre fui muito cuidadoso no trato com a notícia, checando a fundo para poder analisar e opinar. Até compreendo a enrascada política que o próprio vereador Roberto Salton se meteu. Foi eleito com 338 votos, prova que precisou dos votos da legenda e mais, só se elegeu com esta votação porque estava no PDT. Mesmo assim virou as costas para o partido que o apoiou durante a campanha e o elegeu. A decisão de expulsar o vereador do PDT local foi unânime entre a comissão de ética e executiva. Eu conversei com diversos integrantes da agremiação e todos, dos mais novos aos mais antigos, apoiaram a decisão. O vereador Salton, quando se referiu à nota publicada pela executiva municipal informando da exclusão, disse que apenas se tratava de uma discordância de apoio a candidatos que concorreram para deputado nas eleições estaduais. O vereador tenta suavizar sua conduta quando usa esse eufemismo como justificativa. Um dos mais antigos componentes do PDT de Encantado me afirmou que aquele episódio da Câmara, quando impediu que o suplente assumisse em sua licença, “ criou um constrangimento enorme para o Edegar, para todos os outros vereadores, para a própria presidência da Câmara, aquilo foi algo fora do comum, fora do normal, fora de qualquer tipo de relacionamento interno, aquilo com o adversário já é uma agressão, agora com o companheiro que ajudou a colocar duzentos e poucos votos para ele? Aquilo foi uma agressão”. Precisa colocar mais? Mesmo assim o vereador não contestou a decisão do seu partido ou se digladiou com seus algozes preferiu covardemente tentar matar o emissário, típico dos tiranos, porém tenho a impressão que errou o pulo. Penso que seria importante aos componentes da executiva municipal do PDT fazer chegar esta coluna aos seus pares no Estado.