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Entenda os gastos milionários de Bolsonaro com leite condensado e chiclete

Não, Bolsonaro não gastou 15 milhões em leite condensado para comer com pão francês no café da manhã.

Em menos de 24 horas todos os grandes veículos de imprensa noticiaram gastos do Governo Federal com produtos alimentícios, no total de 1,8 bilhão, e criticaram a compra de produtos como chiclete e leite condensado. Os gastos são referentes a todos os órgãos do Poder Executivo. As compras do Palácio do Alvorada, onde Bolsonaro vive, não estão computadas no levantamento.

Veja a lista completa:

Fonte: Painel de Compras Governo Federal

Bolsonaro rebateu as críticas e disse o seguinte:

— Pura fumaça. Todos esses gastos são gastos orçamentários, previstos alguns como despesa obrigatória, outros como despesa discricionária, que foram efetuados dentro do que estava previsto no desembolso do Orçamento do ano passado. E se pegar o que foi gasto em anos anteriores eu tenho certeza que estará mais ou menos no mesmo patamar. Isso faz parte dessa pressão que está sendo feita em cima do nosso governo.

Leite condensado 

Imprensa utilizou esta charge para criticar os gastos com o leite condensado.

Nos anos 20 do século passado o leite condensado não era utilizado para fazer doces, mas uma fonte alternativa ao leite fresco. Bastava aquecer, dosar com água, que garantia o alimento da criançada. Pergunte a seus avós ou bisavós. Em uma época onde geladeira era artigo de luxo o leite condensado era o produto perfeito, pois era fácil de guardar e estocar por longos períodos. 

Com a popularização dos refrigeradores nos anos seguintes o item perdeu mercado e precisou encontrar outros nichos. Foi então que a Nestlé resolveu investir no marketing dos doces, cremes e bolos, e reinventou o produto, encontrando uma nova função e garantiu sua sobrevivência no mercado. 

Poucos sabem, mas até hoje Ministério da Defesa e Funai dependem de leite condensado pelas mesmas razões. Em locais distantes, pouco acessíveis, não é viável o transporte e armazenamento de leite fresco, pois estraga rápido. Sim, mesmo depois de um século o Brasil ainda precisa de leite condensado pelos mesmos motivos de nossos avós.

É uma compra corriqueira normal do governo brasileiro feita desde sempre. Aliás, até o governo Dilma gastava mais do que isso comprando o mesmo produto. 

Também é falsa a afirmação de que o governo gastou R$ 162 reais por caixinha de 365g de leite condensado. Na verdade tratava-se do preço de duas embalagens com trinta caixinhas cada, aproximadamente R$ 2,70 por unidade.

Chiclete

Uma parte das gomas de mascar compradas pelo governo é requisição do Ministério da Defesa. O produto compõe um kit básico distribuído nas missões militares e tem duas finalidades principais: a primeira, odontológica. Chicletes sem açúcar e com composição especial ajudam na higiene bucal das tropas quando a escovação torna-se menos acessível.

O outro motivo é o de que a goma de mascar diminui o incômodo da pressão nos ouvidos durante voos. Ressalta-se aqui que os aviões militares não são como os aviões usados para viagens domésticas e internacionais.

Não é a primeira vez que a compra de chicletes pelo governo é questionada. Em 2007, o Ministério Público Militar (MPM) questionou licitação do Comando Militar do Leste que incluía R$ 3,5 milhões para comprar o produto. À época, o Comando explicou a importância da goma de mascar para a higiene bucal dos militares. 

Também há informações de que outra parte dos chicletes foram comprados pelo Ministério da Saúde. Tratam-se de gomas de mascar de nicotina, distribuídas pelo SUS em campanhas de combate ao tabagismo.

Hoje, mais cedo, Bolsonaro criticou a mídia, e disse que o leite condensado é para “enfiar no rabo da imprensa”.

Na hora de se informar, saiba todos os lados da notícia. Acesse: jornalforcadovale.com.br. 

 

Agro Dália

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