Telhado de pousada atingida por aeronave em Gramado corre risco de desabar
Remoção dos corpos não tem prazo para ser concluída
Um dia depois da queda de um avião de pequeno porte em uma avenida de Gramado, as autoridades gaúchas seguem trabalhando na remoção de corpos das dez vítimas que morreram no acidente. Além dos mortos, a colisão da aeronave contra imóveis deixou 17 pessoas feridas, sendo que somente duas seguem hospitalizadas em Porto Alegre. Embora tenha encerrado os trabalhos de vistoria na pousada atingida pelo avião, o teto do local corre risco de desabamento, segundo o comandante regional do Corpo de Bombeiros, Maurício Ferro.
“A pousada já foi vistoriada nesse domingo e não encontramos nenhum material biológico indicando vítimas, mas há risco de desabamento porque ela tem na sua estrutura um telhado de madeira”, explicou.
Ferro contou que um drone foi utilizado para verificar focos de calor, mas nada foi encontrado, o que permitiu um trabalho mais minucioso. “O trabalho mais grosso já foi feito durante a noite e na madrugada com o auxílio de uma retroescavadeira”, acrescentou.
De acordo com o perito criminal Lucas Toniolo, o trabalho no local do acidente ainda segue e deverá demorar por conta da quantidade de vítimas fatais. Não há prazo para a conclusão dos trabalhos. “A confirmação das vítimas se dará com o final dos trabalhos. São muitas vítimas e muitas amostras que precisam ser cruzadas”, argumentou.
O delegado Gustavo Barcellos, da Polícia Civil, responsável pela investigação, afirmou que o cenário encontrado é muito impactante. “Eu, nos meus 20 anos de atividade policial, nunca tinha vivenciado isso. Todas as equipes que estiveram aqui prestaram o atendimento necessário. Encontramos materiais biológicos e notamos que a aeronave ficou muito danificada. Todo material que estamos encontrando está sendo recolhido, independente da atuação do Cenipa, que vai usar aquilo que é relevante para a sua investigação”, completou.