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Trump promete tarifa ao Brasil e acusa país de agir contra os EUA

Anúncio será feito até quinta-feira; republicano endurece tom contra membros do Brics e amplia pressão comercial global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (9) que o Brasil será alvo de novas tarifas comerciais a partir de agosto. A medida será detalhada entre esta quarta e quinta-feira, segundo o próprio republicano.

Durante encontro com autoridades africanas em Washington, Trump declarou que o Brasil tem adotado posturas prejudiciais aos interesses americanos. “O Brasil, por exemplo, não tem sido bom conosco, nada bom”, disse ele. “Vamos divulgar um número referente ao Brasil ainda esta tarde ou amanhã de manhã.”

Tarifaço global avança

Nos últimos dias, Trump tem enviado cartas a diversos países informando sobre a retomada de tarifas sobre produtos importados. As alíquotas variam entre 25% e 40% e passarão a valer em 1º de agosto.

Somente nesta semana, mais de 20 nações foram notificadas. Além do Brasil, o presidente já anunciou medidas contra países como:

  • África do Sul: 30%

  • Bangladesh: 35%

  • Japão: 25%

  • Indonésia: 32%

  • Tailândia: 36%

  • Myanmar: 40%

Essas cartas, segundo Trump, fazem parte de uma estratégia para forçar acordos comerciais bilaterais mais vantajosos para os Estados Unidos.

Brics no alvo

O republicano também acusou os países do Brics de conspirar contra o dólar americano. Segundo ele, o bloco estaria tentando substituir a moeda dos EUA como padrão internacional, o que representaria uma ameaça à soberania nacional americana.

“Qualquer país que fizer parte do Brics terá uma tarifa de 10%, apenas por esse motivo”, declarou Trump. “Se querem jogar esse jogo, eu também sei jogar.”

Reação do governo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu que os países do Brics são independentes e não aceitarão interferência externa. “Não aceitamos intromissão de quem quer que seja. Nós defendemos o multilateralismo”, afirmou.

Déficit é do Brasil, não dos EUA

Apesar das críticas de Trump, o histórico comercial entre os dois países revela superávit constante para os americanos. Desde 2009, o Brasil acumula déficits com os EUA, que somam mais de US$ 88 bilhões — o equivalente a cerca de R$ 484 bilhões na cotação atual.

A retórica adotada por Trump tem sido interpretada por analistas como parte de uma ofensiva geopolítica voltada a consolidar influência econômica e diplomática.

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