
Às vésperas de se reunir com Donald Trump, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo (17) que os ucranianos “lutam por sua terra e por sua independência”, em resposta às pressões americanas para um acordo com a Rússia. A fala foi publicada em suas redes sociais já durante sua chegada a Washington.
A manifestação ocorreu após Trump afirmar que Zelensky “pode encerrar a guerra quase imediatamente, se quiser”, sugerindo que Kiev aceite a permanência da Crimeia sob domínio russo e se afaste do processo de adesão à Otan.
Proposta em discussão
Segundo a imprensa americana, a Rússia teria sinalizado disposição em abrir mão de parte das áreas ocupadas — cerca de 20% do território ucraniano — em troca do reconhecimento da anexação da Crimeia e da incorporação das regiões de Donetsk e Lugansk. Outra exigência seria a promessa formal de que a Ucrânia não ingressará na aliança militar ocidental.
Moscou anexou a Crimeia em 2014, em um referendo não reconhecido por Kiev e pela comunidade internacional.
Reação ucraniana
Zelensky evitou citar diretamente Trump, mas criticou a ideia de concessão territorial:
“A paz deve ser duradoura. Não como foi anos atrás, quando a Ucrânia foi forçada a ceder a Crimeia e parte do Leste, e isso serviu de trampolim para novos ataques”, afirmou.
Encontro em Washington
O encontro entre Trump e Zelensky está marcado para esta segunda-feira (18) na Casa Branca, às 14h15 (horário de Brasília). Após a reunião bilateral, eles participam de uma mesa com sete líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido), Friedrich Merz (Alemanha) e Giorgia Meloni (Itália).
Essa será a segunda reunião entre os presidentes desde o início da guerra. A primeira, em fevereiro, terminou em tom tenso após críticas públicas de Trump ao líder ucraniano.