
Após uma redução significativa nos registros de dengue no Vale do Taquari, a vigilância epidemiológica da região alerta para um novo cenário: aumento da gravidade dos sintomas e circulação de diferentes sorotipos do vírus. A chegada da primavera e as recentes ondas de calor acenderam o sinal de alerta.
Casos em queda, mas vigilância segue
O número de casos de dengue no Vale caiu de 2.549 em 2024 para 879 em 2025, entre os meses de janeiro e setembro. Em comparação com o pico registrado em 2022, a queda é de 86%. A redução é atribuída principalmente às ações de conscientização e fiscalização nos municípios.
No entanto, a gravidade dos casos aumentou, com mais pacientes apresentando sintomas severos e sendo hospitalizados. Segundo especialistas, o surgimento de novos sorotipos do vírus explica esse agravamento.
Municípios mais afetados
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Teutônia lidera os registros, com 320 casos
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Estrela aparece em seguida, com 273
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Paverama soma 136
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Lajeado contabiliza 84
Estrela, que teve mais de mil casos no ano passado, viu os números caírem drasticamente, mas registrou hospitalizações mais frequentes. Em Teutônia, há dois sorotipos circulando, o que eleva o risco de reinfecção e complicações.
Medidas intensificadas
Para conter o avanço do mosquito Aedes aegypti, os municípios reforçaram ações como:
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Monitoramento com ovitrampas (armadilhas para detectar ovos do mosquito)
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Vistorias em pontos estratégicos, como cemitérios, borracharias e floriculturas
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Dedetizações em prédios públicos e locais críticos
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Análises laboratoriais rápidas para confirmação de focos
Em Teutônia, 5 das 100 armadilhas espalhadas nos bairros apresentaram focos de mosquito. A presença de ovos em quantidade elevada preocupa, sobretudo após os períodos de calor intenso registrados na região.
Perfil dos casos
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879 casos confirmados em 2025 (até setembro)
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666 autóctones (transmissão local)
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1 óbito registrado (em Estrela)
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Faixa etária predominante: entre 40 e 49 anos
Situação da dengue no Vale (janeiro a setembro):
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2022 – 6.619 casos
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2023 – 3.900 casos
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2024 – 2.549 casos
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2025 – 879 casos
Mesmo com a expressiva queda, autoridades reforçam que o combate ao mosquito segue essencial, especialmente com a mudança no comportamento do vírus e a aproximação do verão.