Nova “lista suja” do trabalho escravo inclui 159 empregadores
Ministério do Trabalho identificou mais de 1,5 mil vítimas entre 2020 e 2025; lista tem 101 pessoas físicas e 58 empresas

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira (6) uma nova atualização da “lista suja” do trabalho escravo, com 159 novos nomes de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. Os casos ocorreram entre 2020 e 2025.
Quem está na nova lista
Nesta edição, foram incluídos 101 pessoas físicas e 58 empresas, um aumento de 20% em relação à última atualização. Ao mesmo tempo, 184 nomes foram retirados após o cumprimento do prazo de dois anos estabelecido por norma federal.
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Total de trabalhadores resgatados: 1.530
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Período apurado: 2020 a 2025
Empregadores incluídos na lista permanecem nela por dois anos, após a conclusão do processo administrativo com garantia de ampla defesa.
Estados com mais ocorrências
Os dez estados com maior número de empregadores listados foram:
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Minas Gerais: 33
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São Paulo: 19
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Mato Grosso do Sul: 13
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Bahia: 12
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Rio de Janeiro, Maranhão, Paraíba e Pernambuco: 8 cada
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Rio Grande do Sul e Pará: 7 cada
Setores mais atingidos
As atividades econômicas com mais registros de trabalho análogo à escravidão foram:
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Criação de bovinos para corte: 20
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Serviços domésticos: 15
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Cultivo de café: 9
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Construção civil: 8
Cerca de 16% dos empregadores listados atuam em áreas urbanas.
Sobre a “lista suja”
Oficialmente chamada de Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas à de escravo, a lista é divulgada pelo MTE a cada seis meses.
A inclusão só ocorre após conclusão de processo administrativo, com direito ao contraditório. A fiscalização é feita por órgãos como a Auditoria Fiscal do Trabalho, Polícia Federal, MPT, MPF e DPU.
Denúncias podem ser feitas on-line de forma anônima, por meio do Sistema Ipê.