Inadimplência das famílias gaúchas atinge recorde histórico em setembro
Mais de 3 milhões de adultos estão com nome negativado no RS, segundo a CDL Porto Alegre

A inadimplência das famílias no Rio Grande do Sul alcançou o maior nível desde o início da série histórica em 2022, segundo a CDL Porto Alegre. Em setembro, 35,41% dos adultos estavam com restrição de crédito, o que representa mais de 3 milhões de pessoas negativadas.
Porto Alegre também bate recorde
Na capital, o índice chegou a 36,43%, também o maior já registrado. Em comparação com agosto, o número de inadimplentes subiu:
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+0,32 ponto percentual no RS
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+0,26 ponto percentual em Porto Alegre
A análise considera dados da base Equifax | Boa Vista sobre inadimplência entre pessoas físicas.
Pressão nos orçamentos
Segundo a Assessoria Econômica da CDL POA, o avanço da inadimplência reflete:
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Esgotamento de recursos emergenciais pós-enchentes (2024)
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Inflação persistente acima de 5%, especialmente em alimentos e serviços
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Juros reais elevados, com taxa atual em 10,35% ao ano
“O espaço dentro dos orçamentos familiares está comprimido. A inadimplência é consequência do alto custo de financiamento e da inflação. A tendência é de alívio apenas gradual, mesmo com expectativa de corte na Selic em 2026”, explica o economista-chefe Oscar Frank.
Empresas também em dificuldade
O índice de inadimplência entre empresas também quebrou recordes:
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16,37% dos CNPJs negativados no RS — cerca de 255 mil negócios
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Em Porto Alegre, o índice chega a 17,36% — 44 mil empresas com restrição
Muitos empreendedores recorreram a empréstimos pós-pandemia e após as enchentes, mas agora enfrentam o fim dos períodos de carência e juros elevados.