O partido do presidente Javier Milei venceu as eleições legislativas de domingo (26) na Argentina, conquistando 40,7% dos votos e ampliando sua bancada na Câmara. A sigla terá 101 deputados e passa a controlar um terço da Casa.
Vitória com impacto direto no Congresso
O resultado representou um avanço significativo para A Liberdade Avança (LLA), que até então contava com 37 parlamentares. Agora, Milei poderá barrar vetos presidenciais e ter mais fôlego para impulsionar suas reformas no Congresso. No Senado, a legenda passa de 6 para 20 cadeiras, mas ainda dependerá de alianças para aprovar mudanças constitucionais ou projetos estruturais.
Com 99% das urnas apuradas, o partido obteve 40,7% dos votos em âmbito nacional, nove pontos à frente do peronismo, que somou 31,7% em suas diferentes frentes.
Discurso mais moderado e aceno ao diálogo
Em seu pronunciamento após o resultado, Milei afirmou que o país vive um “ponto de virada” e se disse disposto ao diálogo com governadores e forças políticas. A fala, acompanhada de trilha sonora de rock, teve um tom mais contido do que o habitual.
“Passamos a contar com 101 deputados em vez de 37, e no Senado passamos de seis senadores a 20”, afirmou o presidente.
Participação abaixo da média e reação internacional
A eleição teve participação de apenas 67,9% do eleitorado, a menor desde o retorno da democracia no país em 1983.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump parabenizou Milei pela “vitória esmagadora” e disse que o apoio americano está mantido. Antes do pleito, o governo argentino havia pedido apoio financeiro de Washington, com expectativa de até US$ 40 bilhões em recursos.
Peronismo reage à derrota
O peronismo teve desempenho abaixo do esperado, mesmo em redutos tradicionais como Buenos Aires. O governador da província, Axel Kicillof, reconheceu a derrota e criticou Milei.
“É necessário redobrar os esforços para cuidar das pessoas. Milei se equivoca se comemora este resultado, onde 6 em cada 10 argentinos rejeitaram seu modelo”, declarou.
Analistas apontam cenário dividido
Apesar do crescimento no Congresso, analistas apontam que Milei terá que demonstrar maior capacidade de articulação política para avançar em reformas profundas. Ele sofreu reveses em 2025, incluindo crises internas e escândalos envolvendo membros do governo.
Ainda assim, reduziu a inflação de 211% em 2023 para 31,8% anual em setembro de 2025, o que contribuiu para o resultado nas urnas.
