
Em encontro realizado no domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump mantiveram a primeira reunião bilateral presencial desde o início dos atuais mandatos. A conversa durou cerca de uma hora e ocorreu paralelamente à 47ª cúpula da Asean, bloco de países do Sudeste Asiático.
Durante a conversa, os dois líderes abordaram temas como tarifas comerciais entre os dois países, crise na Venezuela, sanções a autoridades brasileiras e a possibilidade de retomada de acordos diretos entre os governos. Lula declarou que “agora não há mais intermediários” na relação com os Estados Unidos.
Tarifas e comércio bilateral
O governo brasileiro propôs a suspensão de tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos nacionais, alegando que o país tem superávit na balança comercial com os norte-americanos. A expectativa é que as equipes técnicas iniciem tratativas nas próximas semanas, com reuniões programadas em Washington.
Lei Magnitsky e política interna
Durante a reunião, o presidente brasileiro também pediu a revisão de sanções aplicadas a autoridades nacionais, com base na chamada Lei Magnitsky. Lula afirmou que o Brasil respeita o devido processo legal e que não há perseguições políticas ou jurídicas em curso.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro também foi mencionado, com Lula reforçando que o processo no Supremo Tribunal Federal foi conduzido com base em provas documentais e dentro das normas constitucionais.
Crise venezuelana
Lula apresentou um documento ao governo americano relatando preocupações com o agravamento da situação na Venezuela. O presidente destacou o papel histórico do Brasil como interlocutor regional, defendendo uma solução negociada com participação de diferentes atores internacionais.
Relação pessoal e visitas futuras
A reunião teve tom amistoso. Trump elogiou a trajetória política de Lula e demonstrou interesse em reforçar a relação bilateral. Os dois chefes de Estado indicaram que haverá visitas mútuas: Trump pretende ir ao Brasil, e Lula confirmou que aceitará convite para retornar aos Estados Unidos.






