Votação do PL Antifacção é adiada após críticas da PF e do Ministério da Justiça
Projeto que restringe a atuação da Polícia Federal em casos de facções criminosas gerou reação de juristas, oposição e base do governo
A votação do projeto de lei conhecido como PL Antifacção, prevista para esta terça-feira (11), foi adiada após críticas de juristas, do Ministério da Justiça e da própria Polícia Federal. O texto propõe transferir parte das investigações sobre facções para polícias civis e justiças estaduais.
Recuo após pressão de diversas frentes
A decisão de retirar o texto da pauta foi tomada durante reunião de líderes da Câmara dos Deputados e interpretada como um recuo diante da repercussão negativa. Segundo parlamentares, o texto ainda não tem consenso nem mesmo dentro da base governista.
O relator, deputado Guilherme Derrite (PL-SP), atual secretário de Segurança Pública de São Paulo, defende a proposta, mas o governo e parte da oposição pedem ajustes em pontos considerados inconstitucionais.
Críticas à transferência de competência
A principal crítica ao projeto é que ele reduz o papel da Polícia Federal nas investigações sobre o crime organizado, transferindo parte das atribuições para órgãos estaduais. Especialistas alertam que isso pode gerar:
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Sobreposição de funções
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Fragilidade de provas
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Risco de vazamento de informações sigilosas
Nos bastidores, o texto passou a ser chamado de “PL das milícias“, por permitir que investigações fiquem sob controle de forças locais — frequentemente alvo de suspeitas de infiltração criminosa.
Polícia Federal se manifesta publicamente
A PF divulgou nota afirmando preocupação com o enfraquecimento da atuação federal e o impacto no combate à criminalidade organizada. O Ministério da Justiça também defende mais tempo para análise técnica.
A expectativa agora é que o texto possa ser reapresentado nesta quarta-feira (12), caso haja acordo para modificações.






