Venezuela diz estar pronta para confronto após Trump anunciar ofensiva terrestre
Ministro da Defesa afirma que país responderá a qualquer agressão; EUA justificam operações no Caribe pelo combate ao narcotráfico.
O governo da Venezuela afirmou nesta quinta-feira (27) que está preparado para reagir a uma eventual ofensiva militar dos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump declarar que operações terrestres contra o país devem começar “em breve”. As declarações ampliam o clima de tensão na região.
Ministro afirma que país está “pronto para responder”
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, disse que as Forças Armadas estão mobilizadas para reagir a qualquer ação militar estrangeira.
“Neste ano de 2025 estamos prontos a dar resposta a qualquer agressão contra o povo da Venezuela, contra sua soberania e integridade territorial”, declarou o ministro.
Ele também enviou recado a governos da região que, segundo ele, estariam alinhados aos interesses norte-americanos.
Declarações de Trump elevam tensão
Durante conferência transmitida a militares pelo Dia de Ação de Graças, Trump afirmou que as operações no Caribe, justificadas pelo combate ao narcotráfico, devem avançar para ações terrestres.
Segundo o presidente, as forças dos EUA já interceptaram 85% das drogas por mar e agora pretendem “começar a detê-las por terra”.
O governo norte-americano enviou para a região o porta-aviões Gerald Ford, oito navios de guerra e caças F-35, além de tropas que, segundo Washington, atuam contra grupos ligados ao tráfico. Pelo menos 83 pessoas teriam sido mortas em confrontos recentes, embora não haja confirmação da relação dessas mortes com cartéis.
Cartel de los Soles volta ao centro do embate
No início da semana, os EUA incluíram o chamado Cartel de los Soles na lista oficial de organizações terroristas, atribuindo liderança ao presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Caracas nega a existência do grupo e acusa Washington de tentar “fabricar justificativas” para uma mudança de regime.
República Dominicana autoriza uso de aeroporto pelos EUA
Na quarta-feira (26), o presidente dominicano Luis Abinader autorizou os Estados Unidos a utilizarem a base aérea de San Isidro e o Aeroporto Internacional Las Américas para operações de logística ligadas à ofensiva.
A autorização foi anunciada ao lado do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, que esteve no país para tratar do tema. O governo dominicano afirma que a medida reforça ações de vigilância contra o narcotráfico.
Grupo do Panamá alerta para risco regional
A Frente Nacional para a Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais do Panamá (Frenadeso) enviou carta à chancelaria panamenha alertando que uma escalada militar poderia atingir outros países, como Colômbia e México.
A organização classificou o movimento norte-americano como potencial violação de normas internacionais e contestou a existência do “Cartel de los Soles”, razão usada por Washington para justificar a ofensiva.
