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Setor de suínos, aves e leite corre risco de colapsar. Entenda

Na manhã desta quarta-feira (19), em formato híbrido (presencial e on-line), reuniram-se as principais lideranças dos setores de suínos, aves e leite do Rio Grande do Sul para debater as medidas a serem implementadas pelo Governo do Estado frente ao agravamento e elevação dos custos de produção da cadeia de integrados.

Há o risco de colapso na produção de alimentos, interrupção de atividades e diminuição de empregos, afetando produtores, agroindústrias e cooperativas que integram estas cadeias produtivas.

Sediados no Gabinete da Casa Civil, o presidente da Frente de Defesa Agropecuária da Assembleia Legislativa, deputado estadual Elton Weber, coordenou a atividade, que contou com a participação presencial do presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS, Valdecir Luis Folador, e do 1º vice-presidente da entidade, Mauro Gobbi, através de videoconferência.

O presidente da ACSURS informou que, já em meados do ano passado, foi encaminhado pela entidade à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, documento solicitando a retirada dos tributos federais para importação de milho procedente da Argentina e Paraguai. O objetivo, segundo Folador, é viabilizar as importações devido ao problema de estiagem que os produtores gaúchos estão enfrentando e, com isso, a falta de milho no RS. Outro problema enfrentado devido à necessidade de compra de milho fora do estado é o alto preço do grão que vem do Centro-Oeste do país.

O presidente da Câmara Setorial de Aves e Suínos, Ricardo Santin, reforçou a fala de Folador, destacando que o custo de produção subiu 45%, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “E muito mais em alguns casos”, considerou.

Com relação ao leite, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, os produtores também estão deixando a atividade por causa do alto custo. “O preço do leite até está melhor do que o ano passado, mas o custo de produção está inviabilizando a atividade”, informou.

O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips/RS), Rogério Kerber, alertou para a queda do poder aquisitivo do consumidor. “Há uma desestruturação da produção em razão do aumento dos custos, uma pressão avassaladora afetando o capital de giro, com as empresas sinalizando redução de abate e paralisação do abate”, enfatizou Kerber.

Por fim, as entidades solicitaram que o Governo do RS faça o diferimento do pagamento do ICMS de 12% na importação do milho de 500 mil toneladas da Argentina e do Paraguai e que o Estado seja porta-voz dos pleitos federais junto à Presidência da República e aos ministérios da Agricultura e Economia. O diferimento é a postergação do pagamento do tributo para a fase de comercialização do produto final.

O Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, sinalizou que o Governo do Estado deve retornar positivamente em relação ao ICMS até a próxima sexta-feira, dia 21, e disse que o govenador Eduardo Leite, que estará em Brasília nos dias 26 e 27, irá articular as agendas federais juntamente com o presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza.

Os pleitos federais incluem autorização para importação de milho dos Estados Unidos até final do ano, retirada de tributos como PIS e COFINS sobre importações do Mercosul ou extra-Mercosul e a retirada temporária do Adicional ao Frente para Renovação da Marinha Mercante.

Agro Dália

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