#CaliSchäffer | O essencial é invisível aos olhos
Faz tempo que li o livro O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry. Muito tempo. Esta semana, dando uma passada de olhos pelas prateleiras da minha biblioteca, resolvi pegar o volume, e ao folheá-lo, me chamou atenção a anotação que fiz quando o li pela primeira vez. E lá estava, cercada por um quadrado enorme, a seguinte mensagem:
— Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples, só se vê com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
— O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
— Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante.
— Foi o tempo que perdi com a minha rosa…, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
— Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa.
— Eu sou responsável pela minha rosa, repetiu o principezinho a fim de se lembrar.
Geralmente, os adultos desprezam o livro dizendo que ele foi escrito para crianças, mas deveriam lê-lo. Ne verdade, é um livro para adultos.
Qualquer frase dita ali tem um significado específico e uma mensagem a ser seguida na nossa vida.
A raposa, no caso, nos dá uma lição importante. A de que a verdadeira beleza não está só no que enxergamos. A verdadeira beleza está no nosso lado de dentro, por isso que, muitas vezes, não conseguimos acessá-la com os nossos olhos. A filosofia da raposa nos ensina que são as atitudes que tomamos as mais importantes, e não as que tomamos por mera aparência superficial daquilo que vemos (como o culto ao corpo, à imagem, etc.) Na maioria das vezes, em razão da nossa arrogância e superficialidade, damos mais valor à forma física das coisas do que aquilo que nos vai no espírito.
A raposa, no início, não queria brincar com o pequeno príncipe porque não havia sido cativada. E o ensinou o que devemos fazer para cativar alguém, como desenvolver uma relação especial para que essa criatura que nos cativa seja diferente de todas as outras, para que acabe tendo um lugar especial no nosso coração.
A raposa nos mostra o mundo como ele é, com todas as suas complexidades, e as suas dificuldades. Mas nos ensina o que devemos fazer para sermos felizes enquanto estivermos aqui.
E isso vale para todas as personagens referidas na história, que acabam por representar o amor, a esperança e a inocência, que devemos ter em relação às pessoas com quem convivemos
Leiam o Pequeno Príncipe. Vale a pena.
“Na maioria das vezes, em razão da nossa arrogância e superficialidade, damos mais valor à forma física das coisas do que aquilo que nos vai no espírito”