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CÂMARA

Na segunda-feira, a Câmara de Vereadores realizou mais uma de suas sessões externas, desta vez no Bairro Santa Clara. Pelo que pude perceber acompanhando a reunião pelo Facebook, além dos moradores da localidade, ativistas da causa animal também estiveram presentes. Até o expediente da ordem do dia, tudo seguia em harmonia, até que começou a discussão sobre quais projetos estariam aptos à votação e quais permaneceriam em pauta para as próximas sessões. Foi então que, mais uma vez, o vereador Daniel Passaia conseguiu se superar. Aproveitando a plateia, falou sobre o primeiro projeto de lei apresentado em sua legislatura, que trata da criação de políticas públicas para a causa animal. Trata-se de um projeto extenso e complexo, que vem sendo trabalhado e modificado ao longo do tempo para que possa ser discutido e apreciado pelo Plenário. Mesmo após diversas alterações, sua legalidade ainda não é unânime entre os pareceres das Assessorias Jurídicas do Legislativo, o que tem gerado desconforto em alguns colegas quanto à sua deliberação. O fato é que, mais uma vez, o vereador Daniel, no intuito de empurrar “goela abaixo” mais um projeto de sua autoria, tentou colocar os munícipes contra quem discorda de suas ideias. Afirmou, em “alto e bom tom”, que pareceres de inconstitucionalidade não podem servir de desculpa para que a proposta não seja aprovada e que quem não quiser votá-la é porque não apoia a causa. Ora, meus senhores, já falei e repito: ser a favor ou contra algo é a coisa mais fácil do mundo. O que não se pode é aprovar algo que não poderá ser cumprido por falta de legalidade, criando falsas esperanças na população, transferindo responsabilidades e, depois, garantindo para si o bônus de ter “feito a sua parte” ou cumprido promessas de campanha. A causa animal merece atenção, sim, mas por meio de parceria público-privada, com cada parte, Poder Público e ativistas, assumindo suas responsabilidades. Afinal, não é obrigação de nenhuma Administração, em lugar algum do mundo, se responsabilizar por todos os animais existentes.

PERONDI

Preciso e quero parabenizar meu colega colunista e uma das minhas fontes de inspiração para amar o jornalismo, Nolimar Perondi, que mais uma vez deu uma aula sobre o que é jornalismo de verdade. Em seu podcast Sem Roteiro, apresentou uma análise nua e crua sobre a atual situação do Brasil e, principalmente, sobre a distorção de valores do ser humano moderno. Em especial, destacou aquela parcela dos entes públicos que, em todas as esferas, tem usado seus cargos e influências para benefício próprio, deixando apenas migalhas para quem realmente banca o sistema, nós, contribuintes, que sonhamos apenas com qualidade de vida e serviços públicos eficientes. Ouvindo com atenção sua análise, comecei a refletir sobre como chegamos a esse ponto. Não sei se é resultado das inúmeras decepções acumuladas nos últimos anos ou se fomos contaminados pela ignorância que a era digital disseminou na vida contemporânea. Sei apenas que as promessas de uma vida linda e próspera sem esforço, difundidas pelas redes sociais e reforçadas por discursos politiqueiros que dizem tudo o que queremos ouvir, sem apresentar uma única solução, vêm se somando a um fanatismo que tomou conta de tudo, futebol, religião, política. E isso nos joga, cada vez mais, em um poço sem fundo. A análise do Perondi também acendeu um alerta para as próximas eleições, um cenário em que vale tudo pelo poder. Foi impossível não lembrar de uma emblemática frase do sucesso de bilheteria Alien vs. Predador: “O inimigo do meu inimigo é meu amigo.” Na trama, os humanos que sobrevivem são confundidos com aliados dos Predadores por terem matado um Alien, apenas para sobreviver. Mas quem conhece as trilogias sabe que, no fim, tanto Aliens quanto Predadores têm o mesmo objetivo: aniquilar a raça humana. Parece besteira mencionar um filme de ficção, mas ele espelha muito do que vivemos, pelo menos nas duas últimas eleições presidenciais. Torço para que, até o próximo pleito, tenhamos consciência suficiente para distinguir ideologias de propostas realmente exequíveis e que possam beneficiar a população. Que deixemos de lado a idolatria pelos “inimigos políticos dos meus amigos”, porque, no final, o objetivo da maior parte dos candidatos é o mesmo: manter-se no poder para preservar seus privilégios.

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