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#ColunaDaMari | O caos na Câmara

Faz tempo que o assunto “comportamento na Câmara” não pauta esta coluna. Mas desde a primeira sessão da nova legislatura venho observando atentamente as posições, opiniões e tribunas de todos os vereadores. Diante do pronunciamento da presidente Joanete Cardoso (PSDB), achei que seria o momento certo para escrever sobre isso. Primeiramente, gostaria de parabenizar a Jô — todos sabem que ela prefere mais agir do que tirar fotos e falar. Em mais de 20 anos dedicados ao serviço público, essa foi a marca que deixou, e acredito que esse seja o principal motivo pelo qual foi eleita para representar os encantadenses na Câmara Municipal. Desde o início, ela deixou claro para todos que estar vereadora seria uma experiência. Afinal, apesar de os Poderes Executivo e Legislativo andarem juntos, suas atribuições são bastante diferentes. Ainda assim, posso afirmar que ela tem cumprido exemplarmente sua função como presidente, mesmo em meio às diversas “guerras de beleza” que assistimos em praticamente todas as sessões.

Todos sabem minha opinião sobre o real sentido de ser um vereador. Esse foi um dos motivos que me levaram a colocar meu nome à disposição na última eleição — uma das experiências mais intensas e satisfatórias que já tive. Apesar de não ter sido eleita, pude comprovar que há muitas pessoas que pensam como eu e que entenderam a importância de acompanhar o que acontece no seu município, principalmente os debates da Câmara.

É visível o aumento do número de pessoas que têm acompanhado as sessões. Isso me deixa muito feliz. Para muitos, pode parecer bobagem; mas, para quem ama Encantado e a política, como eu, é imensamente gratificante. No entanto, algo me preocupa: uma das frases que mais ouço é que, apesar de estarem acompanhando, as pessoas não entendem como funciona o processo legislativo. E, observando atentamente as sessões, devo dizer que, da forma como alguns vereadores estão legislando, dificilmente alguém vai entender. Sei que a maioria dos vereadores é nova, mas o Regimento Interno não é. Uma das coisas mais importantes seria que cada um se debruçasse sobre ele antes de se manifestar sobre qualquer assunto ou projeto. Se pra mim, que acompanho semanalmente as sessões desde 2010, está difícil — imagina pra quem está chegando agora.

Tem vereador achando que está em Brasília, na Câmara dos Deputados; tem vereador misturando sua bolha ideológica com projetos de lei; tem vereador fazendo campanha para deputado; tem vereador fazendo campanha para possíveis candidatos a presidente e governador. Só está faltando vereador para explicar, de forma simples e objetiva, o que são e por que existem os projetos que foram aprovados até agora.

E na tribuna, então? São poucos os pronunciamentos que realmente informam o que está sendo feito por cada um e que refletem, de fato, os anseios da população. Os vereadores são os representantes e a voz do povo. Devem usar essa atribuição com responsabilidade — e, principalmente, tentar deixar o partidarismo um pouco de lado na hora de informar a população. De que adianta falar dez minutos na tribuna apenas para fazer críticas? É dever do vereador fiscalizar, exigir que as leis sejam cumpridas, lutar pelos direitos da população e ajudar a definir as prioridades do município.

Chega de — como diria o ex-vereador Sander Bertozzi — “jogar palavras ao vento”. Quer realmente fazer o seu trabalho de vereador? Critique, sim. Mas, pelo menos, ajude a buscar uma solução. Toda a sociedade agradece.

“A propósito, depois dessa coluna, muito provavelmente me tornarei ‘persona non grata’ para alguns vereadores.”

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