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#ColunaDaMari | Só ouvir quem te bajula é o primeiro sinal da derrocada

A “insegurança” política do Brasil é um dos assuntos mais comentados no país — e aqui em nossa cidade não é diferente. É praticamente impossível conversar com alguém que não se mostre apreensivo diante de tudo isso. Grande parte dessa instabilidade vem da desinformação. Afinal, a onda de ataques aos meios de comunicação acabou desacreditando a grande mídia — e não apenas a Rede Globo. Nós, veículos de informação do interior, também sofremos os reflexos disso. Hoje, muita gente dá mais crédito a um “videozinho” que circula no WhatsApp do que à imprensa regulamentada. Voltando à questão da insegurança política: graças à transmissão do Jornal Força do Vale, pude acompanhar boa parte dos depoimentos sobre a chamada “trama golpista” — algo que, confesso, me incomoda bastante. Sem defender lado A ou B, ouvindo os questionamentos e os relatos, é possível perceber que, independentemente de quem tenha articulado aquilo tudo, juridicamente, era algo que jamais se concretizaria. A verdade é que nem mesmo o melhor cineasta do mundo conseguiria transformar aquilo em um roteiro crível. Seria um fracasso. Ao ouvir os principais depoimentos, e mantendo minha imparcialidade — algo que, enquanto jornalista, sei preservar —, consigo observar essa situação de outro ângulo. Vejo um político com o ego ferido, assessores tentando de todas as formas garantir seus cargos e salários, e um fanatismo cego tomando conta de grande parte dos apoiadores.

“Infelizmente, o poder cega. E, sem discernimento, ele leva ao fracasso em pouco tempo.”

Perder uma eleição não é fácil. Assim como vencer também não é. Bolsonaro, como tantos outros políticos, teve muitos acertos em seu mandato. Mas, ao final, acabou ouvindo as pessoas erradas — e foi traído por quem mais confiava. Para alguns, isso pode parecer exagero, mas nós já vimos esse roteiro aqui mesmo, em Encantado. Políticos com carreiras promissoras que, após uma vitória, passaram a confiar apenas no cordão de puxa-sacos ao seu redor. Cegos pelo poder, acreditavam que, por terem a caneta na mão, podiam tudo — sem consequências. E acabaram jogando fora seu futuro político. Eu vi isso acontecer. Aplaudi algumas reviravoltas, lamentei outras. E, infelizmente, estamos vivendo esse ciclo novamente. A carreira política tem altos e baixos. Não se trata apenas da “arte de engolir sapos”. É preciso olhar pelo retrovisor, lembrar quem realmente esteve junto desde o início — nas vitórias, mas principalmente nas derrotas. Jamais esquecer seus princípios. E, acima de tudo, aprender a aceitar críticas. Ter preferências e confiar mais em algumas pessoas não é errado. O erro é tentar disfarçar isso e acabar afastando quem realmente acredita no seu projeto de governar. Porque ouvir apenas quem te bajula é, sim, o primeiro sinal da decadência.

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