#NolimarPerondi | Logística
Logística
O Rio Grande do Sul tenta se recuperar dos estragos causados pelos eventos extremos de setembro do ano passado e maio deste ano. Para onde se olha, há trabalho por fazer. Aqui no Vale do Taquari, a região mais atingida, a infraestrutura foi muito comprometida: pontes, estradas e rodovias ainda estão em recuperação, e parece que levará tempo para garantir o mínimo. No lado de cá, na parte alta do Vale, temos uma passagem em Arroio do Meio até a BR-386 por uma ponte de ferro de mão única, que comporta apenas pequenos veículos. Importante mencionar que sua construção e instalação foram resultado de iniciativa privada. Em seguida, foi concluída a ponte do exército para o trânsito de caminhões, ligando Arroio do Meio a Lajeado, sendo que, no trecho de Lajeado, a estrada é de difícil manutenção e, sempre que chove, os problemas aumentam consideravelmente. Até o momento, a via mais importante é a ERS-129, que liga Roca Sales a Colinas. Essa rodovia, que não é asfaltada, não tem sido considerada prioritária pelo estado, inclusive quanto à sua conservação. Na semana passada, comentei sobre o descaso da Secretaria de Transporte e Logística com esta região. O secretário Juvir Costella não apreciou muito minhas observações e questionamentos sobre sua capacidade de liderar uma pasta com tamanha responsabilidade. Por telefone, disse-me que existe um contrato com uma empresa da região para manter a rodovia em condições e que já está sendo tratada a pavimentação do trecho até o final do ano. Ele também afirmou que a conclusão da ponte na ERS-130 está prevista para o final deste ano.
Época
Estamos numa época do ano propícia para chuvas e altas temperaturas. Caso não se mantenha a ERS-129 em boas condições e formas de reduzir tempo e burocracia, a região sofrerá ainda mais. O transporte de animais vivos nesta região é intenso e, se a logística não estiver adequada, poderá haver mortes desses animais durante o transporte. Compreendemos as dificuldades, mas temos pressa.
Proposta
Como mencionado anteriormente, os problemas deixados pelos eventos extremos são muitos. No entanto, parece que quem tem mais força para “gritar” é ouvido. Nesta semana, a Secretaria Estadual de Transporte e Logística, cujo secretário é o deputado estadual Juvir Costella, do MDB, estaria levando uma proposta para dragar os canais navegáveis do Guaíba, utilizando em torno de R$ 731 milhões do Fundo do Plano Rio Grande (Funrigs). Claro que existe a necessidade desse serviço para garantir a navegação de embarcações, como as do polo naval de Triunfo, que são importantes para a economia do estado. Por outro lado, havia também a possibilidade de esse serviço de dragagem, agravado pelas enchentes, ser executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, com recursos extraordinários do governo federal. Vale destacar que, caso o fundo aceite a proposta, estará usando um recurso importante para a reconstrução do Rio Grande do Sul e novos projetos de pavimentação de rodovias e construção de pontes, para realizar um trabalho numa hidrovia que poderia ser financiado pelo governo federal. Talvez a nossa região não esteja gritando suficientemente, com representatividade, para ser ouvida em suas necessidades urgentes.
Representação
Quando Edson Brum, hoje no Tribunal de Contas do Estado, foi secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, no primeiro governo de Eduardo Leite, acabei mudando meu conceito sobre políticos em secretarias. Acompanhando o trabalho do deputado/secretário naquela época, pude comprovar que um político, quando tem competência e vontade, supera os técnicos nesses mesmos cargos. Brum viabilizou a vinda de novas empresas ao estado e dialogava com outras secretarias para, por exemplo, melhorar os acessos de pequenos municípios, impulsionando a economia regional.
Inauguração
Está marcada para esta sexta-feira a inauguração da Estrada do Cristo. No início da sessão legislativa da Câmara de Encantado desta semana, um vereador queria propor a mudança de nome para homenagear uma pessoa já falecida. Ao que consta, ele não conseguiu convencer os demais. O problema, quando isso acontece e vem a público, é o constrangimento para os familiares. Não soube de quem se tratava, mas ficou nos bastidores.
Vistas
O projeto que veio do executivo denominava o trecho de 2,6 km asfaltado até o Cristo Protetor como “Rua do Cristo Protetor”. O vereador Valdecir Cardoso chegou a pedir vistas por uma semana. Em seguida, uma pequena discussão se formou, e a vereadora Andressa de Souza sugeriu colocar em votação o pedido de vistas. Logo após, o próprio Cardoso liberou a votação, afirmando que havia pessoas da comunidade que poderiam ser homenageadas com o nome da estrada. Ele também reclamou que os vereadores não haviam sido convidados para a inauguração.
Convite
Ao que consta, o governo do estado confirmou a data deste 8 de novembro para a possibilidade de estar presente na inauguração da Rua do Cristo Protetor no final da semana passada. A partir daí, o Executivo enviou convites, mas alguns vereadores ainda não teriam recebido. Esse fato, somado à impossibilidade de indicar o nome da via, criou um mal-estar que culminou no pedido de vistas e, na sequência, na liberação para votação.
Esquecimento
Os vereadores de situação afirmaram que receberam o convite via telefone na tarde de segunda-feira, poucas horas antes da sessão. O vereador Diego Pretto perguntou à Mesa Diretora se a Câmara havia recebido o convite e foi informado que não. Após longa e exaustiva discussão, a presidente Sandra Vian esclareceu que a Câmara havia sido convidada, sim, por mensagem, mas houve esquecimento em incluir o tema na pauta.
Comunicação
Que este fato ocorrido na Câmara de Vereadores de Encantado, independentemente de interesses pessoais ou político-partidários, como a questão do nome da rua, possa servir de referência para quem comunica. Sendo um convite de última hora, devido à confirmação de agenda do governador, é importante que a assessoria da prefeitura tenha plena certeza de que todos os vereadores e a própria Mesa receberam o convite. Bastava uma ligação ou uma confirmação com o pedido de inclusão na pauta da sessão.
Projeto
O vereador Diego Pretto apresentou um projeto/decreto pedindo a sustação da assinatura do aditivo ao contrato entre a Aegea e o Executivo municipal de Encantado. Segundo ele, o ato é ilegal, e existe a possibilidade de anulá-lo com base na lei municipal.
Ver
Tenho curiosidade em ver quais as bases utilizadas pelo vereador Diego Pretto para afirmar que o aditivo é ilegal e o que lhe garante a possibilidade de solicitar a sustação, ou seja, anular aquele ato público.
Mais
Na semana passada, escrevi bastante sobre o que penso a respeito da assinatura de um aditivo com a nova empresa de saneamento que adquiriu, em leilão, a Corsan. O vereador Diego Pretto afirmou novamente na sessão desta semana que a água terá um aumento significativo para os consumidores. É óbvio que, após a implantação do esgotamento sanitário no município, haverá um custo a ser pago. Como mencionado, o aumento no valor da água consumida poderá ser de 70%. Assim será em todo o Brasil até 2033, devido ao Marco Regulatório.
Saber
Até o momento, o vereador não explicou como o município poderia proceder caso não assinasse com a empresa que adquiriu a Corsan. Espero que ele aborde essa questão, de forma realista e com os pés no chão. Será que o município conseguiria ser mais eficiente do que uma empresa que deve atuar em mais de 300 municípios gaúchos?
Sem Roteiro
O podcast “Perondi Sem Roteiro” entrevistou esta semana o encantadense Rodrigo Dalla Vecchia, sócio majoritário da EVCOMX, uma startup de inteligência artificial. A conversa foi muito interessante. Confira nas redes do Força do Vale.
Frase
“Se podemos sonhar, também podemos tornar nossos sonhos realidade.” — Tom Fitzgerald