#PaginaTrês | O preço da política

“O Brasil atravessa mais uma daquelas fases que fazem qualquer cidadão que paga impostos se sentir usado — e não representado. De um lado, os gastos da primeira-dama, Janja, já ultrapassam a marca de R$ 117 milhões. Na prática, isso significa cerca de R$ 3,5 milhões por mês saindo dos cofres públicos para bancar uma estrutura de privilégios, longe da realidade dura vivida pela maioria dos brasileiros. De outro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não economizou quando o assunto foi mexer no bolso do contribuinte. Até aqui, foram pelo menos 25 medidas de elevação, criação ou retomada de tributos — numa ciranda tributária que, em vez de simplificar, só aumenta a carga sobre quem já sustenta o país com trabalho e suor. E como se não bastasse, o Congresso Nacional aprovou a ampliação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para nada menos que R$ 4,96 bilhões. Um dinheiro que não vai para a saúde, para a educação, nem para reconstruir cidades atingidas por tragédias climáticas. Vai direto para financiar campanhas eleitorais, garantindo o poder de quem já tem poder. A divisão do bolo segue critérios previstos em lei. Apenas 2% é repartido igualmente entre todos os partidos registrados. O restante é destinado aos partidos com maior representatividade na Câmara e no Senado. Resultado: PL: cerca de R$ 886,84 milhões (≈17,9% do fundo); PT: aproximadamente R$ 619,86 milhões (≈12,5%); União Brasil: em torno de R$ 536,5 milhões (≈10,8%). Esses três sozinhos ficam com mais de 40% de todo o fundo. Para o brasileiro comum, que trabalha de sol a sol, paga impostos sufocantes, e pouco ou nada recebe de volta, essa matemática é uma afronta. Enquanto a população clama por segurança, infraestrutura e qualidade de vida, o dinheiro público é sugado por privilégios, manobras fiscais e campanhas milionárias. É difícil não sentir indignação. Afinal, não se trata apenas de números em planilhas — trata-se do cotidiano de milhões de famílias que veem o fruto de seu esforço sendo mal aplicado. O que deveria ser investimento no país vira um ciclo de autopreservação de partidos e lideranças. Sem palavras. É a velha política cuspindo na cara de quem paga a conta. É a sensação que fica diante dessa humilhação de ver os impostos que pagamos sendo jogados no lixo.”.