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#PaginaTrês | “Uma exposição necessária, mas temporária”

Raquel Cadore fala dos desafios e motivações de seu protagonismo no associativismo de Encantado

À frente da presidência da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACIE) e membro atuante de outras quatro entidades, Raquel Cadore falou ao Força do Vale sobre os desafios de representar uma fatia da sociedade, estar na vitrine e por isso lidar com críticas pessoais e equilibrar a vida pública e familiar. Sua trajetória, marcada por dedicação voluntária e múltiplas atividades em entidades, reflete o papel vivo do associativismo no contexto municipal.

Assumir responsabilidades em tempos difíceis

Ao assumir a presidência da ACIE pouco depois de uma grande catástrofe que afetou a cidade, Raquel reconhece que precisou aprender na prática, muitas vezes dizendo a si mesma que não estava pronta. “Sempre dizia que não estava preparada, mas o momento exigiu ação”, conta. Sua atuação vai além da ACIE — ela passou a integrar diretamente conselhos como o SOS Habitar, a comissão de mediação da OAB, Consepro e o Conselho de Turismo, além de fazer parte da diretoria regional da FEDERASUL — acumulando responsabilidades que exigem liderança e presença constante.

Representar uma rede, não uma pessoa

Raquel destaca que a visibilidade que costuma receber não é fruto de vaidade, mas consequência de sua função de articulação. “Não sou eu quem está em evidência — é o associativismo. Eu represento pessoas, empresas, ideias.” Para ela, estar à frente em eventos, em reuniões, em páginas de jornal, não é sobre autopromoção, mas sobre dar voz a um projeto coletivo. Ela afirma que muitos tendem a ver presença pública como busca por protagonismo, mas ela prefere ver como necessidade de representar o coletivo.

Julgamentos e exposição: um custo inevitável

Ao longo da entrevista, Raquel falou sobre como lida com julgamentos e críticas pessoais. “As pessoas me veem em rádio, jornal, eventos e começam a especular: ‘Por que ela está em todas?’” Apesar de reconhecer que os julgamentos não deixam de impactar, ela afirma que não permitem paralisá-la. “Sou humana, sofro consequências da exposição, mas o que me move é o compromisso com o que virou responsabilidade, não com o julgamento que também faz parte.”

Juventude, participação e multiplicação de lideranças

Para Raquel, um dos grandes desafios é inspirar mais pessoas — principalmente jovens — a se engajarem. Ela relata que muitos têm potencial, mas não se expõem por vergonha ou receio. Por isso, defende que o associativismo não deve depender de poucas vozes, mas multiplicar lideranças. “Não é para eu estar em tudo, mas para que outros possam também estar. O associativismo cresce quando muitos participam.”

Equilíbrio: entre família, doação e entrega

Em meio a tantas funções, Raquel também falou sobre como concilia sua vida pessoal. Questionada sobre tempo para a família, ela afirmou que construiu uma rotina consciente: “Tenho família, tenho filhos. Tudo o que faço é pensado com eles.” Ela reconhece que com a exposição pública muitas vezes o julgamento entra no pacote, mas declara que seu compromisso com a cidade e os empreendedores vale o esforço.

Entrega real acima de imagem

O grande fio condutor da entrevista é a ideia de que liderança verdadeira não se sustenta pela aparência, mas pela entrega. “Não sou para me promover, mas para representar. Quando digo algo, espero que signifique para o coletivo, não para mim.” Raquel Cadore reafirma que seu papel é fazer o associativismo mais inclusivo, mobilizar pessoas com diferentes perfis e construir pontes entre potenciais e realizações. Sua mensagem final é clara: “Não faço isso para estar em evidência — faço porque acredito que a cidade cresce quando atuamos juntos. E fica aqui o meu chamamento em alto e bom som: Saia do anonimato, venha participar, são inúmeras entidades e ações ansiosas por sangue novo, diferentes ideias e opiniões e que precisam da participação de mais pessoas.”

Em todas

Pois é. Ela está em todas. Falo da Raquel Cadore — que participa de pelo menos seis entidades e, também é colunista do Força do Vale. Quem conhece a Raquel sabe, quando assume um compromisso, não entra em nada pela metade. Abraça, veste a camisa, participa, lidera. Lembro que, há quase 40 anos, havia na cidade um cidadão que também “aparecia demais” nos jornais e rádios — e veja bem, naquela época não existiam redes sociais, nem internet! Falo de Cezário Fontana, que presidia simultaneamente o Clube Comercial, a Associação Comercial e a Comissão Pró-Ampliação do Hospital. Era, literalmente, uma “fábrica de notícias”. E, claro, era criticado por isso. Os veículos de imprensa também eram massacrados por tanta mídia. Hoje, a história se repete com a Raquel — Nesta edição, trago uma entrevista com ela, justamente para saber como se sente diante de tanto julgamento. E já vamos justificando que ela está na capa por um motivo óbvio: como presidente da ACIE, pegou o embalo do sucesso da Suinofest e criou uma nova ação — uma campanha que vai sortear um carro entre quem comprar no comércio local participante. Uma forma inteligente e generosa de devolver à comunidade parte do que ela, e seus parceiros da Suinofest, ajudaram a construir e celebrar.

Fusão

E já que estamos falando na Raquel, ela também lidera uma ação para que haja a fusão entre CDL e ACIE. Duas entidades que defendem o comércio. Assunto esse que foi discutido no passado e agora volta à tona. Ela não confirmou, mas se sabe que apenas um diretor do CDL mostrou-se desfavorável à fusão das duas entidades.

Sicredi é a maior empresa da Região Sul

O Sicredi foi reconhecido como a maior empresa do Rio Grande do Sul e também da Região Sul, segundo o ranking da Revista Amanhã e PwC, divulgado em evento realizado em Porto Alegre. Com mais de 2,9 milhões de associados no estado, a cooperativa mantém a liderança desde 2018. O levantamento utiliza o Valor Ponderado de Grandeza (VPG) — que considera patrimônio líquido, receita e resultado do exercício — para classificar as 500 maiores empresas gaúchas.

De acordo com o presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port, o resultado reforça a importância do cooperativismo no desenvolvimento regional. “Estar em primeiro lugar demonstra a força do nosso modelo de negócio e a confiança de quem caminha conosco”, afirmou.

Pela primeira vez, uma cooperativa ocupa a liderança entre os três estados do Sul, marco que, segundo Port, “reafirma o compromisso do Sicredi com o crescimento econômico e social das comunidades onde atua”.

Uma alegria enorme receber tantos relatos positivos sobre a Visual | Saúde que circulou por ocasião dos 80 anos do HBST. Sim, é a publicação com propósito e endereço. Em dezembro tem mais. A Visual | Magazine, com assuntos variados e um tema em especial. Aguarde.

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