#NolimarPerondi | O zelo dado ao dinheiro público por este dois vereadores
Ressarcimento
A Câmara de Vereadores de Encantado voltou a discutir o projeto que acaba com a famigerada forma de pagamento de diárias vigente até agora. Neste novo capítulo o presidente Sander Bertozzi informou que houve a necessidade de fazer ajustes no projeto original que tramita há mais de mês. Conforme informa o presidente foi indicado pela assessoria jurídica que o proponente seja apenas a Mesa Diretora. Como o projeto original constava assinatura de mais dois vereadores foi preciso retirar o primeiro e fazer um novo mantendo a mesma redação.
“Valdecires”
O Valdecir Gonzatti sugeriu que o projeto que muda de diárias para ressarcimento fosse votado em outra data e garantiu que iria “colaborar para melhorar ainda mais o projeto das diárias”. Já o Valdecir Cardoso, que é um dos que assina o projeto, afirmou que a atual Mesa Diretora teve coragem de propor esse projeto e que “ agora não é hora de pedir vistas” e pediu que o projeto fosse votado já que estava liberado pelas comissões.
Valdecir | Cris
O vereador Valdecir Gonzatti, que ao que se mostra não gostou da proposta do projeto de ressarcimento, tentou explicar porque o projeto do vereador Cris Costa não havia prosperado quando apresentou um projeto muito parecido: “O vereador Cris apresentou esse projeto em 2021 e porquê que morreu na gaveta, porque faltou diálogo da parte dele, se ele tivesse convidado todos os colegas vereadores e vamos construir eu tenho certeza que nós teríamos analisado lá atrás e isso que a gente não quer que aconteça, independente que foi articulado pelos seis, mas quando a gente fala aqui que a gente tem uma proposta para melhorar ainda mais o projeto das diárias tenho certeza que o senhor vai olhar com bons olhos e tanto é que não vai a votação né até porque não tem urgência e eu tenho certeza que esta proposta que estamos discutindo internamente vai agregar muito ao projeto e não vai ser dos cinco vereadores vai ser do poder legislativo de Encantado”.
Presidente | Salton
O presidente da Câmara de Vereadores de Encantado, Sander Bertozzi, voltou a salientar que o projeto ficou por mais de trinta dias na Casa e que não aceitaria emenda que não tivesse relação com o projeto: “Não vamos fazer emendas por emendas para atrasar o projeto”. Nesse instante o vereador Roberto Salton pediu a palavra: “Da parte desse vereador da bancada do PDT está liberado e eu não sei por que o senhor está se alterando, tá ficando alterado com esta situação, agora é de ressaltar sim que um projeto institucional orgânico dessa Casa foi gestado por parte sem os outros, isso sim. E nem um outro vereador pode dizer que esse vereador vai propor emenda, eu não vou propor emenda nenhuma… Agora pode escrever, é importante este projeto, depois que este projeto for aprovado de que maneira seja esperem o festival de pirotecnia que vai vir de mídias e tal que a gente quer evitar isso, este é um problema interno que a gente resolve e vai a frente”.
Cris Costa
O vereador Cris Costa ouviu toda a discussão e resolveu falar: “Eu preciso falar, em 2021, alguns meses antes de apresentar esse projeto eu me reuni com todos os vereadores, entreguei o projeto em mãos a todos os colegas, antes de colocar em votação…Fui chamado de oportunista, fui chamado de Joãozinho do passo certo, fui chamado de tudo que é coisa e dentro da sala do presidente em uma conversa eu fui meio que colocado na parede para retirar esse projeto por que o parecer que deveria ser proposto pela Mesa Diretora eu aceitei… Não queria aparecer porque tem vereadores que acham que é pirotecnia né, só que não adianta gastar R$ 30 mil, R$ 40 mil por ano e reclamar que falta exames no posto, reclamar que falta consultas, reclamar que falta remédio na farmácia do SUS se gasta R$ 30, R$ 40, R$ 50 mil em diária… querem falar em respeito ao dinheiro público, beleza. Todo mês cursinho em Porto Alegre é legal tá na lei, não tem nada de irregular… Eu acho que o vereador não precisa estar fazendo curso todo o mês em Porto Alegre, tem muitos que fazem curso todo mês e parece que não aprenderam nada, quer fazer curso vai com o seu dinheiro, vereador ganha bem”. Depois dessa direta ao vereador Salton emendou para o vereador Gonzatti: “Às vezes a gente vê um circo aqui dentro, tem pessoas que querem fazer um circo, querem fazer um showzinho agora que o projeto está tudo pronto, trinta dias na Casa, querem vim com isso, querem vim com aquilo por quê”? Depois disso se desculpou pelo desabafo e deixou no ar: “Só tem coisas que a gente não consegue admitir, a gente vê tanta coisa e ouve tanta coisa aqui que se a população soubesse…”. De minha parte gostaria de saber vereador Cris.
Obrigação
Depois de toda esta discussão envolvendo o projeto que muda de diárias pagas com o mínimo de prestação de contas, e as sobras parando nos bolsos dos vereadores como se fosse complemento de salário, para uma forma moralmente justa que é o ressarcimento pelos gastos efetivamente feitos dentro de limites aceitáveis, quem fica na obrigação de apontar uma emenda lógica é o vereador Valdecir Gonzatti. Segundo ele, Valdecir, “nós temos uma proposta para melhorar ainda mais o projeto”. Ao que se viu o vereador Roberto Salton disse que não faria emenda e nem autorizaria ninguém a falar em nome dele. Pois é, vamos esperar para a próxima semana, que conforme o presidente Sander, será votado o projeto.
Economia
Na semana passada destaquei a forma grotesca que dois vereadores de Roca Sales se dirigiram à imprensa regional com o pretexto de economizar dinheiro público. Conforme os vereadores Nelson Vasconcelos e Cleiton Telocken, a prefeitura e a Câmara ‘gastam’ R$ 100 mil por ano com a imprensa regional. Não ficou apenas na contestação dos investimentos tentaram denegrir a imprensa como se tivesse pouca importância no contexto social, uma falta de respeito poucas vezes vista com o trabalho dos profissionais da área que cumprem sua função de informar.
Diárias
Importante informar ao contribuinte de Roca Sales sobre o verdadeiro zelo do dinheiro público dado por estes dois vereadores, Nelson Vasconcelos e Cleiton Telocken. No primeiro ano da atual legislatura o vereador Vasconcelos retirou R$ 4.924,00 e o vereador Telocken R$ 5.924,00. O total de diárias do legislativo nesse ano foi de R$ 47.654,00. No segundo ano um pouco mais ambientados com a estrutura e suas liberações o vereador Nelson mais que dobrou suas retiradas em diárias, gastou R$ 11.066,00 e seu companheiro de partido, Cleiton, foi mais contido, gastou R$ 9.180,00. No ano passado o total de diárias de todos os vereadores foi de R$ 88.832,82. Em oito meses deste ano os dois vereadores foram mais afoitos na retirada de diárias. Nelson Vasconcelos já consumiu R$ 13.250,00 e Cleiton Telocken R$ 13.090,00. A soma de diárias neste ano de todos no legislativo rocasalense foi de R$ 94.646,00. Em dois anos e oito meses o vereador Vasconcelos retirou em diárias R$ 29.240,00 e o Telocken R$ 28.218,00. A Câmara teve uma despesa total neste período de R$ 231.133,02.
Comparando
Para que o pagador de impostos e eleitor de Roca Sales consiga dimensionar o volume somente com diárias dos vereadores fiz um comparativo com o que gastou o prefeito Amilton Fontana e o vice Leandro Botega: Nesse mesmo período o total de gastos do prefeito Amilton foi de R$ 41.580,95 e o vice Leandro R$ 17.708,56. Em dois anos e oito meses o chefe do executivo e seu vice usaram R$ 59.289,51. Também é importante informar que quem assina convênios com o governo Estadual e Federal é somente o executivo.
Motivos
Fiz questão também de saber o que motivou as viagens dos vereadores para gastar tanto em diárias. O levantamento é somente deste ano. No mês de janeiro o grande motivo foi o Encontro de Legislativos Municipais em Brasília. Em fevereiro foram cinco dias de curso em Porto Alegre. Mês de abril foi a Marcha dos Vereadores em Brasília. No mês de julho o vereador Nelson Vasconcelos retirou diária para Brasília no valor de R$3.870,00 com o motivo de “Busca de Recursos em Brasília”. E no mês de agosto o vereador Cleiton Telocken R$ 3.870,00 para participar de “Encontro de Gestores e Legislativos em Brasília”.
Gasto
O curioso que nas viagens à Brasília sempre são o mesmo valor, R$ 3.870,00, deve ser sempre o total permitido. Também vale dizer que nessas viagens não consta o valor das passagens e o custo dos cursos. E outro detalhe muito importante que na prestação de contas o dinheiro é adiantado antes das viagens e no retorno é só apresentar algumas notas do valor gasto e se por ventura caso tenha um valor ou diferença, e sempre sobra, não há nenhuma lei que eles, os vereadores, precisam devolver. Talvez esteja aí o real motivo de tanto desprezo pela imprensa demonstrada pelos vereadores Cleiton Telocken e Nelson Vasconcelos em plena sessão ordinária. Vai que a imprensa publique e os contribuintes de Roca Sales fiquem sabendo, não é mesmo?