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#RaquelCadore | Agosto lilás

Agosto chegou vestindo lilás, a cor que simboliza um chamado urgente: a conscientização sobre a violência contra a mulher. Temos legislação a respeito, exemplo é a Lei Maria da Penha, marco importante no combate a violência doméstica e familiar, mas mais do que leis, precisamos falar de histórias, pois por trás de cada estatística há um rosto, um nome, uma família, um silêncio que não pode ser ignorado. No Brasil em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma média de quatro assassinatos por dia. No Rio Grande do Sul foram 72 casos, e aqui no Vale do Taquari, 4 vidas interrompidas. Violência doméstica não é apenas agressão física. É também a palavra que humilha, o controle que sufoca, a manipulação que anula, a ameaça que paralisa, o isolamento que afasta dos amigos e da família, a manipulação emocional que destrói a autoestima. Todos os dias, mulheres de todas as idades e condições sociais enfrentam algum tipo de violência, e na maioria das vezes não denunciam por medo, vergonha, dependência ou falta de apoio. Por isso, o Agosto Lilás nos convida a sermos rede: amigos, vizinhos, familiares e instituições comprometidos em estender a mão, ouvir, orientar, proteger, educar. Falar sobre violência é também falar sobre transformação cultural. Significa ensinar meninas e meninos que relacionamentos não são espaços de poder, mas de parceria. É educar para o respeito, para a igualdade, para relações saudáveis. É entender que combater a violência contra a mulher é responsabilidade de todos, e que o silêncio nesse caso, não é neutro: é cúmplice. Quando a violência já existe, a rede de apoio se torna vital. Família, amigos, vizinhos, colegas de trabalho e instituições precisam estar atentos aos sinais: mudanças bruscas de comportamento, isolamento repentino, marcas físicas, falas de medo. O papel de quem está por perto não é julgar, mas oferecer escuta, informação e caminhos para o socorro. A coragem de pedir ajuda não é fraqueza, é o primeiro passo para reescrever a própria história. Neste Agosto e em todos os meses, que possamos semear coragem, empatia e respeito, porque quando uma mulher rompe o ciclo da violência, ela não muda somente a própria vida, ela abre caminho para que muitas outras também possam florescer.

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