#RaquelCadore | Cafu

Ter um gato é viver uma experiência de afeto silencioso, de companhia discreta e de benefícios que muitas vezes passam despercebidos. Pesquisas científicas já apontaram o quanto a presença de um gato pode reduzir o estresse, aliviar a ansiedade e até melhorar a saúde do coração. O simples ato de acariciar o pelo macio de um felino diminui a produção de cortisol, o hormônio do estresse, trazendo calma em meio à rotina acelerada. Mas há algo que vai além da ciência. Quem convive com gatos sabe da sensação única de ouvir o ronronar, aquele som suave e constante, que parece embalar a alma e nos fazer respirar mais leve. Há estudos que mostram que essas vibrações podem ter efeito terapêutico, auxiliando na regeneração e no relaxamento físico. Além disso, os gatos nos ensinam sobre independência e respeito ao espaço do outro. Eles não exigem presença constante, mas quando decidem se aproximar, trazem consigo uma demonstração genuína de confiança e carinho. Essa liberdade compartilhada fortalece o vínculo de forma natural, sem cobranças. Ter um gato é abrir espaço para o inesperado, para o silêncio que cura, para o amor que não precisa de palavras. Eles são pequenos mestres de bem-estar, que com delicadeza nos lembram da importância de pausar, observar e simplesmente estar presentes. Nesta semana nos despedimos do Cafu, ele parecia uma pantera. Forte, imponente, dono de uma presença que não passava despercebida. Quem convive com um animal de estimação sabe: eles não são apenas companheiros, são parte da família, pedaços vivos da nossa história. O Cafu nos ensinou muito com sua presença. Tinha um jeito especial de marcar território, de se fazer notar, de entrar no ambiente e imediatamente transformá-lo. Forte, altivo, mas também cheio de afeto nos momentos em que escolhia se aninhar. Era o meu despertador, companheiro de trabalho e de chimarrão… Partiu de um jeito especial. Revelou a beleza da vida e a fragilidade de forma quase sagrada. A Cristal e o Guts estavam com ele, se aninhou aos pés do Santo Antônio, e permitiu que eu segurasse sua patinha, me fazendo lembrar o que tantas vezes tentamos esquecer: é na finitude que encontramos o milagre da convivência. Cafu não esperava de nós sucesso, queria apenas nossa presença sem julgamento, e essa simplicidade, que parece tão óbvia, é na verdade uma das maiores lições. Fica a gratidão por todos os dias em que ele dividiu o espaço da casa e do coração, por ter nos lembrado da força do vínculo silencioso. Cafu nos ensinou a compreender melhor a nós mesmos. Talvez essa foi sua missão: viver com intensidade, afeto e entrega.