ColunasRaquel Cadore

#RaquelCadore | Proteção para redes

Vivemos em uma era em que as redes sociais são, para muitas crianças e adolescentes, a principal forma de socialização. Junto com oportunidades de aprendizado e conexão, vêm também riscos que não podem ser ignorados. Recentemente, o youtuber Felca (Felipe Bressanim) deu voz a uma realidade alarmante: a adultização e exposição infantil nas redes sociais, com um vídeo que viralizou, alertando sobre o “Algoritmo P”, que amplia conteúdos sensíveis envolvendo crianças, alimentando ciclos perigosos de exposição. O “Algoritmo P” não julga, apenas engaja. Ao identificar interesse em vídeos com crianças, ele recomenda mais, criando um ciclo que pode levar à exploração e ao abuso.

Houve reação política com impacto imediato: parlamentares intensificaram a tramitação de projetos para proteger a infância nas redes, incluindo privacidade reforçada, exigência de verificação etária e proibição de monetização de conteúdos sensíveis. Às vezes pensamos estar tudo bem pelas crianças estarem em casa, mas elas podem estar sendo vítimas de situações que não sabem lidar. Em 2024, o Disque 100 registrou 657 mil denúncias, sendo que em 289 mil as vítimas foram crianças e adolescentes. A denúncia não é apenas um direito, é um ato de proteção coletiva. Cada registro formal ajuda a interromper ciclos de violência, responsabilizar criminosos e evitar novas vítimas.

Para a proteção das crianças é importante supervisão constante: acompanhar publicações, comentários e interações, usar contas privadas, limitar mensagens e comentários, e manter um diálogo aberto sobre o assunto. A informação é nossa linha de defesa. Conhecer os riscos, os sinais de alerta e os mecanismos de segurança torna a família mais preparada para agir. Ficar alerta para mudança repentina de comportamento ou humor, isolamento social e resistência a falar sobre atividades online, uso excessivo e sigiloso do celular ou computador, e, em caso de suspeita, registrar provas salvando prints, links, datas e conversas, bloquear e denunciar o perfil na própria plataforma e procurar autoridades (Disque 100, Polícia Civil ou SaferNet).

A proteção da infância no ambiente digital é um pacto entre famílias, escolas, empresas de tecnologia e o poder público. As plataformas têm o dever de criar ambientes seguros, mas nada substitui a presença atenta e o diálogo dentro de casa. A responsabilidade é coletiva e não podemos ignorar nem naturalizar as ameaças que rondam o universo online.

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo
Fale conosco!