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#RaquelCadore | Silenciar

Vivemos em tempos de excesso. Informação, opinião, estímulo, propaganda, notificações. Somos observados o tempo todo, não apenas por olhares alheios, mas por algoritmos que nos escutam, interpretam e devolvem o que supostamente desejamos. Basta comentar sobre uma viagem, um produto ou até um sentimento, e em segundos, lá está ele, escancarado na tela do celular, como se nos pertencesse. Mas será que nos pertence? Essa exposição constante cria uma espécie de ruído, um cansaço mental, um descompasso entre o que pensamos e o que sentimos. Ficamos vulneráveis à confusão entre o que é verdadeiramente nosso e o que foi apenas implantado, sugerido. Precisamos silenciar para ouvir o que a alma ainda sussurra. Não o silêncio da ausência de som, mas o silêncio interno, a pausa, o espaço onde a escuta acontece. Uma forma simples e eficaz de cultivar esse silêncio interior é a meditação. Quando feita de forma regular, reduz a ansiedade, melhora a clareza mental, regula as emoções e fortalece o autoconhecimento. Meditar não é parar de pensar. É criar um espaço interno onde podemos respirar com presença e escutar com profundidade. É reconhecer e reencontrar a própria voz. É dizer “não” ao excesso e “sim” ao essencial. Há uma linguagem que só se revela no silêncio, e se não há espaço, se tudo em nós está gritando ou correndo, a alma se cala, então, silenciar não é fugir, é ouvir nossos sentimentos mais profundos, nossas intuições, nossos reais desejos. O silêncio nos leva para casa, nos devolve a nós mesmos, onde ficamos em paz para perceber que a resposta que procuramos já está ali, só esperando que a gente a escute.

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