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#RaquelCadore | Violência nas escolas

Vivemos tempos em que a violência atravessa os muros das escolas. Ela se apresenta de muitas formas: no bullying silencioso, nas palavras que ferem, na exclusão de quem é diferente, nos conflitos entre professores, estudantes e famílias.

Seja como for, ela precisa ser enfrentada, e mais do que reagir, precisamos prevenir, pois infelizmente em casos extremos ganham manchetes e nos deixam com um nó na garganta. Se a violência é um sintoma, é preciso olhar com mais profundidade para as causas. Os alunos se sentem escutados? Pertencentes? Os professores têm espaços seguros para expressar suas dúvidas e angústias? As famílias estão próximas da vida escolar? A comunidade escolar está em sintonia?

Tenho trabalhado com Justiça Restaurativa e especialmente com os Círculos de Construção de Paz, e acredito que um dos caminhos mais potentes para prevenir a violência nas escolas é torná-las escolas restaurativas. Ambientes onde o foco não está apenas na punição, mas na restauração das relações, na escuta ativa, no reconhecimento de sentimentos e necessidades, e na corresponsabilidade.

Uma escola restaurativa é aquela que abre espaço para que os conflitos sejam trabalhados de forma saudável, e não empurrados para debaixo do tapete. Que valoriza o diálogo em vez da imposição. Que ensina mais do que conteúdo, convivência.

Prevenir a violência é antes de tudo cultivar pertencimento, e isso se faz com vínculos, com rodas de conversa sinceras, com momentos de escuta verdadeira, com práticas regulares que desenvolvam empatia e autorresponsabilidade.

O que proponho não é utopia: é experiência. Em muitos territórios, inclusive no Vale do Taquari, já vivenciamos os frutos dos Círculos de Paz nas escolas, e sabemos que quando se escuta com o coração, quando se inclui, quando se repara, quando se compartilha… a violência perde espaço.

Que a gente possa juntos, ser parte dessa transformação, porque onde há escuta, há caminho, e onde há caminho, há esperança.

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