O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou, nesta sexta-feira (26), que três vacinas contra a Covid-19 criadas no Brasil concluíram os testes não-clínicos com resultados positivos. Umas das candidatas apoiada pelo governo federal solicitou, nesta quinta-feira (25), autorização da Anvisa para testes em voluntários.
Ao lado do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, Pontes defendeu que a formulação de vacinas nacionais é uma questão de soberania e preparo para pandemias futuras. “A gente vai ter outras pandemias infelizmente, então vamos ter a tecnologia para criar vacinas. E é uma questão de soberania, nós vimos a dificuldade que é importar vacinas durante essa pandemia”, afirmou o ministro.
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, reforçou a fala do colega sobre a importância da produção de uma vacina nacional, sem depender da importação. Ele declarou que, embora o Brasil já tenha mais 500 milhões de doses de imunizantes contratadas, o ritmo da vacinação continua lento.
Queiroga voltou a prometer que o governo vai atingir a meta de vacinas um milhão de pessoas por dia no começo de abril. Além disso, defendeu a máscara e o distanciamento social. “O Brasil não é a pátria de chuteiras, e sim a pátria de máscaras”, disse.
Pontes afirmou que o governo federal apoiou 15 pesquisas de imunizantes contra a Covid-19, mas dessas apenas 3 avançaram nos testes não-clínicos. O ministro não entrou em detalhes sobre as instituições desenvolvedoras das vacinas, exceto pela que já fez o pedido oficial à Anvisa, que foi criada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Versamune, a candidata da FMRP-USP
“Os resultados dos estudos não-clínicos (toxicidade e imunogenicidade) obtidos até o momento demonstram qualidade e competitividade para ser um sucesso nacional e global no controle da Covid-19”, informou o Ministério da Ciência, em nota.
Desenvolvida pela Universidade de São Paulo, em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation, o imunizante Versamune®️-CoV-2FC utiliza a tecnologia da “proteína recombinante”, a mesma utilizada pelas vacina de Oxford. “A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico – imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo”, completou o governo federal.
O anúncio do Butantan
A fala dos ministros ocorreu um dia após o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, anunciar a criação de uma vacina com tecnologia própria que já estava na Anvisa, esperando liberação para início dos testes em humanos. Nenhum dos dois ministros citou esta vacina durante a entrevista.