O Observatório Europeu do Sul anunciou hoje a detecção de um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia situada a 300 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Virgem. Após décadas de dormência, o buraco negro começou a emitir radiação intensa no final de 2019, tornando-se visível para os astrônomos.
Segundo Paula Sánchez Saez, astrônoma do Observatório Europeu do Sul, o comportamento observado é sem precedentes. A equipe de pesquisadores sugere que o aumento repentino de brilho indica a ativação do buraco negro massivo em tempo real.
Os buracos negros supermassivos, embora invisíveis por definição, revelam-se quando consomem material luminoso. “Estes monstros gigantes geralmente estão dormindo”, explicou Claudio Ricci, coautor do estudo. No entanto, no caso desta galáxia específica (SDSS1335+0728), foi possível testemunhar o início da alimentação do buraco negro com gás ao seu redor, o que resultou em um aumento significativo de brilho.
Estudos preliminares indicam que o buraco negro tem uma massa aproximada de 1,5 milhão de vezes a do Sol, o que o classifica como supermassivo, embora menor em comparação com outros buracos negros deste tipo.
A equipe internacional de astrônomos está agora analisando dados de vários telescópios para determinar se a atividade observada é temporária, causada pela destruição de uma estrela próxima, ou se persistirá por um longo período.
Lorena Hernández García, coautora do estudo, lembrou que fenômenos similares podem ocorrer no buraco negro supermassivo da Via Láctea, conhecido como Sgr A*, que atualmente permanece inativo.