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Brasileira que caiu em vulcão na Indonésia é encontrada morta após quatro dias de buscas

Juliana Marins, de 26 anos, fazia trilha no monte Rinjani quando sofreu uma queda em área de difícil acesso; resgate envolveu 48 profissionais

A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta nesta terça-feira (24) no monte Rinjani, na Indonésia. A jovem estava desaparecida desde sexta-feira (20), quando sofreu uma queda durante uma trilha em grupo, em um dos pontos mais perigosos do vulcão ativo localizado na ilha de Lombok.

Segundo informações divulgadas pelo perfil oficial @resgatejulianamarins, criado pela família para acompanhar a operação, o corpo de Juliana foi localizado por uma equipe de sete socorristas após dias de buscas em condições extremas. As equipes enfrentaram terreno rochoso, encostas íngremes, ventos fortes e neblina densa.

Queda em local isolado e resgate dificultado

Juliana integrava um passeio de três dias pelo monte Rinjani, que tem mais de 3,7 mil metros de altitude e é conhecido pelas trilhas íngremes e perigosas. Ela teria se distanciado do grupo ao manifestar cansaço. O guia local, Ali Musthofa, afirmou em entrevista que sugeriu uma parada, prometendo reencontro mais adiante — versão contestada por familiares.

A brasileira caiu em uma encosta de cerca de 300 metros de profundidade. Ela chegou a ser avistada por drones no sábado (21), sentada em um ponto rochoso, mas sem responder a estímulos visuais. O resgate foi dificultado pelas condições climáticas, pelo terreno instável e pela necessidade de operação vertical.

Mobilização internacional

A operação contou com o apoio de 48 profissionais, incluindo equipes especializadas, além da presença de representantes do governo indonésio e de dois funcionários da Embaixada do Brasil. O Itamaraty confirmou ter acionado canais diplomáticos para acelerar o socorro.

Na segunda-feira (23), helicópteros chegaram a ser mobilizados, mas não puderam operar devido ao mau tempo. No fim da madrugada de terça-feira (24), socorristas confirmaram que três planos de resgate estavam em andamento e que a aproximação por terra seria a única opção viável.

Revolta e críticas da família

Durante o período em que Juliana esteve desaparecida, familiares criticaram publicamente a condução da operação e a permanência do parque aberto para turistas, mesmo com os trabalhos de busca em andamento.

“Enquanto Juliana precisa de socorro, continua sem água, comida e agasalho há três dias”, escreveram nas redes sociais.

A morte foi confirmada na manhã desta terça-feira por meio do perfil da família no Instagram:

“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido.”

Região acumula mortes em trilhas

O monte Rinjani, segundo maior vulcão da Indonésia, é um destino comum para trilheiros experientes. No entanto, o local acumula ao menos seis mortes nos últimos cinco anos. As trilhas são estreitas, escorregadias e com grande risco de queda, especialmente em períodos de clima instável.

Casos anteriores incluem a queda fatal de um turista português, uma turista suíça em rota não autorizada, e um escalador malaio em maio deste ano. A montanha costuma ficar fechada durante a estação chuvosa, entre janeiro e março.

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