Como o “morango do amor” virou febre nacional

Nos últimos dias, confeiteiras brasileiras vêm registrando um fenômeno curioso: filas enormes, estoques esgotados e vídeos explodindo em visualizações por causa de uma sobremesa aparentemente simples, o chamado “morango do amor”.
O doce — morangos envoltos em brigadeiro branco e cobertos por uma camada crocante de açúcar vermelho — se transformou em um marco cultural graças às redes sociais. Influenciadores e consumidores passaram a publicar vídeos com a iguaria, despertando o interesse coletivo.
Algoritmo e desejo coletivo
Especialistas apontam que esse movimento vai além de uma moda gastronômica. Muitas vezes, o público acredita que escolheu gostar de algo, mas na prática foi o algoritmo que decidiu: quanto mais o conteúdo aparece, mais parece importante, gerando engajamento e desejo viral. O conceito conhecido como FOMO (Fear of Missing Out) — medo de ficar de fora — faz com que pessoas comuns imitem, influenciadores amplifiquem e quem ainda não provou sinta que está perdendo algo.
Não é novidade
O mesmo já aconteceu com o pistache, que de ingrediente pouco explorado virou sinônimo de sofisticação. A diferença agora é a velocidade com que as tendências se espalham. Vídeos de morangos brilhantes e crocantes despertam sensações básicas — cor, contraste, textura — e iniciam o ciclo de viralização.
Resultado
O “morango do amor” não é só uma receita: é o reflexo de como as redes moldam comportamentos e definem o que consumimos. De uma confeitaria local para uma multidão conectada, ele mostra a força do desejo viral embalado pelo design emocional das redes sociais.
Em resumo: não é apenas sobre um doce bonito, mas sobre como as plataformas digitais transformam qualquer produto em uma sensação nacional.