Destaques

Dia das Mães evidencia a sobrecarga silenciosa que muitas mulheres enfrentam na criação dos filhos

Desigualdade no cuidado com os filhos e ausência paterna constante ainda marcam a realidade de muitas famílias brasileiras

Com a chegada do Dia das Mães, enquanto muitas famílias se preparam para homenagens e flores, uma parte significativa das mulheres brasileiras vive a rotina do cansaço silencioso, da responsabilidade solitária e da luta diária para manter tudo de pé.

Em muitos lares, a maternidade continua sendo um fardo carregado sem divisão real, especialmente quando o pai se limita a “ajudar” ocasionalmente e se ausenta emocional ou fisicamente da criação dos filhos.

Quando a maternidade é enfrentada sozinha

Ainda é comum que pais considerem que cuidar dos filhos é “função da mãe”. Na prática, grande parte das mulheres segue acumulando funções:

  • Educação dos filhos;
  • Tarefas domésticas;
  • Trabalho remunerado;
  • Gestão da rotina familiar.

Tudo isso, muitas vezes, sem qualquer suporte regular. A figura paterna aparece em momentos pontuais, enquanto a mãe sustenta a base — sem reconhecimento e sem pausa.

Filhos com TDAH, autismo e outras condições: o desafio dobrado

Essa sobrecarga é ainda maior para mães que criam crianças com transtornos do desenvolvimento, como:

  • TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade);
  • TEA (Transtorno do Espectro Autista);
  • Transtornos de aprendizagem e outras condições neurodivergentes.

Essas mães lidam com terapias constantes, crises emocionais, acompanhamento escolar, rotinas específicas e cobranças sociais. Tudo isso exige atenção redobrada, energia emocional e, sobretudo, resiliência — geralmente sem que o pai divida esse fardo de forma equilibrada.

Mais que ajuda, mães precisam de parceria

  • Dividir tarefas básicas não é favor, é obrigação.
  • Participar da rotina diária não é heroísmo, é paternidade ativa.
  • Estar presente emocionalmente é dever, não exceção.

Mães que enfrentam a criação de filhos com demandas especiais não precisam de discursos vazios, mas de presença real, divisão de responsabilidades e amparo efetivo.

Quando a ausência masculina se esconde atrás do cotidiano

O cenário se agrava quando a ausência do pai se normaliza, seja por omissão, por conveniência ou por fuga diante das dificuldades. Pais que se colocam como apoio esporádico não cumprem seu papel — deixam-no para a mãe, que segue sem rede de suporte.

Dia das Mães: menos homenagem simbólica, mais reconhecimento concreto

Neste Dia das Mães, muitas não desejam presentes ou discursos prontos. O que muitas mulheres realmente precisam é:

  • Uma pausa sem culpa;
  • Um parceiro presente e responsável;
  • Um olhar que reconheça o esforço real e cotidiano.

Porque não existe cuidado digno sem divisão. E não existe família estruturada quando uma só pessoa carrega tudo sozinha.

 

Publicidade

Deixe uma resposta

Botão Voltar ao topo
Fale conosco!