Diagnóstico errado faz homem enfrentar quimioterapia sem ter câncer

O Governo do Estado de São Paulo foi condenado a indenizar em R$ 50 mil um paciente que recebeu um diagnóstico incorreto de câncer no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas. O caso, julgado no início de outubro, envolve um erro grave que levou o homem a iniciar tratamento de quimioterapia desnecessário, com todos os efeitos colaterais que esse procedimento provoca.
Diagnóstico errado e consequências
Segundo o processo, o paciente foi diagnosticado com linfoma não Hodgkin (LNH), um tipo de câncer que afeta os linfócitos, células do sistema imunológico. Com base nesse laudo, ele começou a receber sessões de quimioterapia em 2020, enfrentando diversos efeitos adversos, como queda de cabelo, náuseas, fraqueza e sofrimento psicológico.
Anos depois, exames complementares realizados em outra unidade médica constataram que o paciente nunca teve câncer. O laudo original do hospital da Unicamp estava equivocado, o que caracterizou erro de diagnóstico com consequências graves à saúde física e emocional do paciente.
Condenação do Estado
A decisão judicial considerou que houve falha no dever de cuidado e responsabilidade do serviço público de saúde, o que gerou abalo moral significativo. O valor de R$ 50 mil foi fixado como indenização por danos morais.
“O dano causado ultrapassa o mero aborrecimento e atinge diretamente a dignidade do paciente”, diz a sentença.
Até o momento, nem a Unicamp nem a gestão estadual de São Paulo se manifestaram sobre o caso.