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Em casa, pai. No escritório, advogado. Décio Fachini tem a família reunida em torno do direito

Este foi um fim de semana repleto de comemorações na família de Márcia e Décio Fachini. Na sexta-feira, dia do advogado: uma data que não pode passar em branco e nem seria possível. Na família Fachini todos são advogados. Quer dizer, apenas o genro Leonardo não é. E neste domingo, a família se reúne para comemorar o Dia dos Pais.

A liderança de duas bancas

Formado em 1980, portador da OAB RS 15577, é o decano em atividade na cidade de Encantado, tendo defendido mais de 15 mil clientes. Com escritórios em Encantado e Lajeado, a família Fachini é reconhecida no Vale pela sua atuação no mundo do direito.

Décio é casado com a advogada Marcia Rodrigues e são pais de Natália, especialista em direito de família com mestrado em Portugal e César, advogado e engenheiro, hoje atuando muito mais na construção civil. A nora Amanda também é advogada, mas com três filhos pequenos, optou, por hora, pela maternidade.  “A gente fica bem feliz pois nossos netos tem a mãe em tempo integral”, destaca o vovô coruja.

Nas duas bancas, o comando está nas mãos de Décio, que diz não ser difícil comandar uma empresa familiar, quando ela é erguida com ética, dignidade e respeito com as pessoas, e que sua autoridade surgiu naturalmente. “Eles querem ser guiados por mim. Tem a história dos dois meninos viajando na proa do navio, um está apavorado e outro muito tranquilo. Alguém chega e pergunta: você não tem medo? E ele responde. Não, é meu pai que comanda o navio. Isso é o que no direito se chama “autoridade interpore” , calcado no respeito e no espaço conquistado. Trabalha com ele no escritório de Encantado, a advogada Serenita Spessatto.

“Não advogamos para traficantes”

No início da carreira, como a maioria, ele atuou em todas as áreas do direito. Hoje as duas bancas preferem não aceitar ações de traficantes e assaltantes. “Claro que existem situações que o Juiz nomeia, mas criminal não é uma área que a banca atua, eu faço Juri e os demais trabalham com todas as outras áreas”.

O caso mais emblemático

Perguntamos de algum caso que marcou sua carreira e Fachini lembra justamente de um caso de latrocínio ocorrido em Encantado, na década de 80, quando o vigia de uma empresa foi morto e o colega baleado no tiroteio com os dois assaltantes. “O pai deles era uma pessoa decente, e mesmo desabonando o que os filhos fizeram, ele temia pela integridade física dos filhos no Presídio Central. O evento chocou a comunidade, que se voltou contra a família e, claro, respingou também no advogado. Mas todo cidadão tem direito à ampla defesa. Fiz o habeas corpus e a minha tese se sobrepôs aos fundamentos da Juíza na decretação da preventiva. Imagine, começo de carreira com uma vitória deste porte. De posse dos dois alvarás de soltura, peguei um táxi e fui a Porto Alegre. Larguei os dois na Estação Rodoviária. Minha ação terminava ali. Fui informado de que um foi para São Paulo e o outro para o Paraguai. Mas o processo continuou andando na Comarca sem a presença deles. Foram condenados. O irmão mais velho, que matou o vigilante, até hoje ninguém sabe o paradeiro. O mais novo, passou anos escondido, até que um certo dia apareceu no escritório querendo se entregar à Justiça. Não suportava mais viver escondido. Apresentei ele em Juízo, a sentença foi cumprida e hoje é um profissional bem sucedido em Lajeado”.

O advogado das trabalhistas

Atuar na área trabalhista deu muita notoriedade ao casal. Não era visto com bons olhos junto ao empresariado. “Existia a concepção de que o trabalhador não podia demandar seus direitos, porque esses direitos também não eram tão conhecidos pelos empresários. Não demorou muito, e mais advogados começaram a atuar, inclusive com Encantado conquistando uma Vara do Trabalho”. Fachini lembra que sua atuação não era apenas de um lado, ”defendi também várias empresas, e ganhei”.

A felicidade em ver a justiça sendo feita

Foram milhares de casos comemorados nas duas bancas. Fachini cita um, quando um jovem de Muçum morreu tragicamente no caminho do trabalho. “O rapaz era menor de idade e trabalhava em Encantado. Foi atropelado no acostamento da ERS-129. Conseguimos a condenação da empresa e a mãe passou a receber a pensão. A justiça foi feita e isso é o combustível da advocacia.”

Neste ano, Fachini comemora 25 anos do transplante de medula que fez em Curitiba para tratar o câncer. ”Hoje em dia os tratamentos avançaram muito, a medicação é muito mais eficiente e eu agradeço por tudo que passei e superei”.

Agro Dália

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