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Ex-funcionários relatam controle e abusos na casa de Hytalo Santos

Depoimentos indicam que vítimas tinham rotina controlada, consumo de álcool liberado e celulares retidos

Novos depoimentos colhidos pelo Ministério Público do Trabalho da Paraíba e pela Polícia Civil revelam detalhes sobre a forma como o influenciador digital Hytalo Santos tratava adolescentes em sua casa. Segundo ex-funcionários ouvidos pelo Fantástico, ele decidia quando os menores poderiam comer, dormir e até usar o celular.

Hytalo e o marido, Israel Nata Vicente, foram presos na sexta-feira (15) em São Paulo, sob acusação de tráfico de pessoas e exploração sexual de adolescentes. A defesa nega os crimes e afirma que a prisão é “medida extrema”.

Relatos de ex-funcionários

Segundo testemunhas, o ambiente incluía festas com bebida alcoólica liberada para os menores. Hytalo também teria apreendido celulares das vítimas, permitindo que apenas ele controlasse a produção de conteúdos nas redes sociais, o que concentrava audiência em seus perfis.

“Presenciei muita festa, bebida e a bebida era à vontade para todo mundo. Todos bebiam, sem restrição”, relatou um ex-funcionário.

Outro depoente afirmou que, em vídeos, adolescentes eram filmados a caminho da escola, mas, fora das câmeras, não frequentavam as aulas.

Estrutura de controle

O Ministério Público aponta que famílias recebiam cerca de três salários mínimos mensais para permitir que os adolescentes vivessem com o influenciador, tratados por ele como “crias”. As denúncias também indicam que os jovens eram expostos em vídeos sexualizados e seminus, o que, segundo especialistas, favorece a exploração por pedófilos nas plataformas digitais.

Pelo Código Penal brasileiro, o tráfico de pessoas abrange situações de aliciamento e acolhimento com fins de exploração sexual ou trabalho análogo à escravidão.

Denúncia inicial e repercussão

O caso ganhou repercussão após o youtuber Felca denunciar em um vídeo, no início de agosto, a adultização de menores nas redes sociais. A publicação, que já soma mais de 43 milhões de visualizações, mostrou como algoritmos direcionam conteúdos com adolescentes para pedófilos.

A denúncia de Felca pressionou parlamentares e autoridades a discutir uma proposta de regulamentação das redes sociais para proteger crianças e adolescentes da exploração digital.

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