Os cemitérios são espaços projetados para o sepultamento de pessoas e desempenham funções práticas e simbólicas em diversas culturas, preservando a memória e o legado dos falecidos. Em muitas sociedades, os cemitérios são considerados sagrados, carregados de significado espiritual e cultural.
Neste texto, abordaremos o maior cemitério de Encantado, que existe há mais de 100 anos e opera em regime de uso perpétuo, o que significa que os espaços são para sempre, ao contrário de muitos cemitérios, como em Porto Alegre, onde os jazigos são temporários e alugados por períodos determinados.
Os cemitérios refletem a história da cidade, apresentando diferentes formas e estilos ao longo do tempo, desde simples cruzes de madeira em campos abertos até mausoléus monumentais que evidenciam tradições arquitetônicas de épocas passadas. Em algumas culturas, esses espaços são visitados não apenas para homenagens, mas também para rituais religiosos e festividades, como o Dia dos Mortos no México, uma celebração vibrante da vida.
No contexto urbano, os cemitérios funcionam como áreas verdes, oferecendo tranquilidade e contato com a natureza. Alguns cemitérios históricos se tornam pontos turísticos, possuindo valor patrimonial, como o Père-Lachaise em Paris e o Cemitério da Consolação em São Paulo, onde repousam figuras célebres e se destacam pela arte tumular e arquitetura relevantes cultural e historicamente. Além disso, eles refletem a história social de uma comunidade, contando através de túmulos e lápides a trajetória de pessoas e famílias ao longo das gerações.
O Cemitério Santo Antão, por exemplo, já catalogou 480 capelas e cerca de 3.200 gavetas, embora o inventário ainda esteja em andamento. Durante a pandemia, a direção contou com a colaboração do programador Romeu Cornelius, que desenvolveu um programa para catalogar todos os “moradores”. Ele retornará a Encantado em novembro para dar continuidade à informatização. A secretária da Associação, Janice Echer, que realiza trabalho voluntário para alimentar o sistema e atender associados, menciona que os ossários ainda não estão catalogados, prevendo que o número total de nomes ultrapasse 5 mil.
Flávio Boaro, presidente da associação, destaca que é uma organização comunitária, onde todos trabalham para o bom funcionamento. A associação também oferece duas capelas mortuárias e, para se associar, cada família paga uma anuidade de R$ 70, independentemente do número de gavetas na capela.
Atualmente, a crescente preocupação com sustentabilidade e preservação ambiental tem levado ao surgimento dos “cemitérios ecológicos”, que promovem enterros verdes e minimizam o uso de produtos químicos. Contudo, as áreas dos cemitérios estão se esgotando, e obter licenciamento ambiental para novos espaços é um desafio.
No passado, a ideia de construir uma capela mortuária para transferir o velório das casas para um espaço neutro foi criticada, mas o tempo mostrou sua necessidade. Com o aumento de pessoas que desejam ser cremadas, há uma demanda urgente por planejamento que inclua galerias com compartimentos para urnas provenientes de crematórios.
Para obter uma capela ou gaveta no Cemitério Santo Antão, é necessário ser associado, o que pode ser feito no momento da necessidade.
_ Cemitério Santo Antão, localizado no bairro que leva o seu nome, é de uso perpétuo,
administrado pela “Associação Santo Antão”, que também oferece duas capelas mortuárias