Gaúchos da UFSM vão ao Chile estudar buracos negros com megatelescópio
Grupo da universidade do RS irá analisar buracos negros em galáxias distantes a partir do observatório Alma, no deserto do Atacama.

Um grupo de pesquisadores da UFSM foi selecionado para usar o telescópio Alma, no Chile, em um estudo sobre buracos negros em galáxias a mais de 700 milhões de anos-luz. O projeto integra o ciclo internacional de observações que ocorre até o fim de setembro.
Observações no maior telescópio da América do Sul
Pesquisadores do Grupo de Astrofísica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Região Central do Rio Grande do Sul, tiveram seu projeto aprovado para uso do observatório Alma (Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array), localizado no deserto do Atacama, no Chile.
A iniciativa integra o 12º ciclo internacional de observações, que reúne projetos de diversos países e acontece até o fim de setembro. O grupo gaúcho terá 7,5 horas de observação no telescópio, posicionado a mais de 5 mil metros de altitude na Cordilheira dos Andes.
Estudo foca em buracos negros e formação estelar
O projeto aprovado foi batizado de BAH — sigla para Blowing Star Formation Away in Active Galactic Nuclei Hosts, que em português significa “Suprimindo a formação estelar em galáxias com núcleos ativos”. A escolha do nome também homenageia a típica interjeição gaúcha “bah”.
A pesquisa é coordenada pelo professor Rogemar André Riffel e busca entender como os buracos negros interferem na formação de estrelas em galáxias distantes.
As galáxias observadas estão localizadas a centenas de milhões de anos-luz da Terra:
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NGC 5695 – 212 milhões de anos-luz
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NGC 3884 – 349 milhões de anos-luz
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NGC 1048A – 534 milhões de anos-luz
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UGC 8782 – 662 milhões de anos-luz
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CGCG 012-070 – 711 milhões de anos-luz
Os dados obtidos no Alma permitirão mapear nuvens de gases moleculares e entender como o ambiente galáctico influencia o nascimento de novas estrelas.
Local estratégico para observação do Universo
Posicionado em uma região de baixa umidade e sem poluição visual, o observatório Alma é considerado um dos mais avançados do planeta para observações em alta resolução do espaço profundo.