Governo adia novamente mudança em regra sobre funcionamento do comércio em feriados
Portaria que exige convenção coletiva para trabalho em feriados segue sem aplicação; 12 setores serão afetados com a nova norma

O governo federal decidiu adiar, mais uma vez, a entrada em vigor da regra que altera o funcionamento do comércio em feriados nacionais. A medida, prevista na Portaria nº 3.665/2023, exige acordo coletivo entre empresas e sindicatos para autorizar o trabalho em determinadas atividades nesses dias.
O anúncio foi feito pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que justificou o adiamento como forma de ampliar o diálogo com representantes do Congresso, trabalhadores e empresários, antes de uma decisão definitiva.
O que prevê a nova regra
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A norma não se aplica a todo o comércio, mas impacta 12 setores antes liberados para funcionar sem acordo sindical.
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A regra exige que as empresas firmem convenção coletiva com os sindicatos para operar em feriados.
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O objetivo é reforçar os direitos dos trabalhadores e equilibrar as relações entre patrões e empregados.
A medida revoga trechos da Portaria nº 671/2021, da gestão anterior, que permitia o funcionamento comercial em feriados sem necessidade de acordo.
Setores afetados pela nova exigência
Apenas 12 atividades passam a depender de convenção coletiva. Entre elas:
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Comércio varejista de peixes, carnes e frutas
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Supermercados, hipermercados e mercados de alimentos
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Varejo de produtos farmacêuticos
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Comércio em hotéis, aeroportos, rodoviárias e ferrovias
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Atacadistas e distribuidores
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Revendedores de veículos e tratores
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Comércio varejista em geral
Como funciona a convenção coletiva
A negociação coletiva é um processo formal entre sindicatos e empresas. O funcionamento em feriados só será permitido se houver:
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Proposta e contraproposta formalizadas
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Acordo sobre remuneração extra, folga compensatória ou benefícios
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Registro oficial da convenção nos órgãos competentes
Sem esse acordo, o funcionamento nos feriados é considerado irregular e pode gerar multas administrativas.
Motivações do governo
O governo afirma que o modelo:
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Fortalece a negociação coletiva, conforme a Lei nº 10.101/2000
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Garante mais segurança jurídica para empresas
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Protege os direitos dos trabalhadores
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Estimula diálogo entre patrões e empregados
O novo adiamento mantém as normas atuais em vigor e o tema segue em debate, aguardando consenso entre os setores envolvidos.