Governo federal corta quase metade da verba do Serviço Geológico
Corte compromete monitoramento de bacias e pesquisas minerais; Taquari-Antas pode ser afetada

O governo federal reduziu em 41% o orçamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB) para 2025. O órgão é responsável por ações estratégicas, como o monitoramento hidrológico e a pesquisa mineral no país. No Rio Grande do Sul, o impacto é maior, já que o SGB acompanha dados da bacia Taquari-Antas, área com histórico de enchentes severas.
A redução de recursos ocorreu em maio, um ano após a tragédia climática que atingiu dezenas de municípios gaúchos. Com menos verba, há risco de atraso ou paralisação na instalação de novos equipamentos, alertam gestores do setor.
Monitoramento em risco no RS
A rede de monitoramento da CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, nome de fantasia do SGB)cobre atualmente 305 pontos no estado. A expansão, porém, está comprometida.
Foi informado que está prevista a instalação de um novo aparelho em Antônio Prado, por meio de parceria com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH). No entanto, o cronograma depende da estabilidade do orçamento.
Bacia Taquari-Antas é prioritária
O estudo da bacia Taquari-Antas, iniciado em 2015, é considerado estratégico para previsões regionais de cheias e planejamento hídrico. Segundo Andrea Germano, os dados da região alimentam modelos que beneficiam todo o curso do rio, e não apenas municípios isolados.
Pesquisas minerais também são afetadas
Além da hidrologia, o SGB fornece informações geológicas para exploração mineral, essenciais para o setor produtivo. Com o corte de recursos, a prospecção de minerais estratégicos como lítio, cobalto e níquel pode ser comprometida.
Em 2024, o órgão recebeu um crédito extraordinário para ações emergenciais, mas o cenário atual representa um recuo nas políticas públicas de prevenção e desenvolvimento.
A expectativa é de que parcerias com governos estaduais e institutos ajudem a manter parte dos serviços ativos.